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Tensão à flor da pele

Produção da Netflix, com Sandra Bullock e John Malkovich, ‘Bird Box’ dá lições de vida

Vinícius Castelli
06/01/2019 | 07:17
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Divulgação/Netflix


Uma força misteriosa toma conta do planeta e acaba com quase toda a população mundial. Tudo acontece sem aviso prévio e as pessoas, ao olharem para algo não identificado, se suicidam no mesmo instante. A história do filme Bird Box (caixa de pássaro na tradução), produzida e exibida pela plataforma de streaming Netflix, quando vista de forma rasa, pode parecer até clichê, mas passa longe disso.

A trama, baseada no romance pós-apocalíptico escrito por Josh Malerman, foca na saga de Malorie (Sandra Bullock), pintora que vive isolada da sociedade, mas, ao se deparar com os acontecimentos estranhos e diversas situações de horror, se vê obrigada a pegar seus dois filhos e buscar abrigo em local distante, cujo único acesso é feito por demorada e difícil jornada ao longo de um extenso rio.

A grande dificuldade do trabalho, cuja direção é assinada por Susanne Bier, é: tudo deve ser feito com venda nos olhos, pois ninguém pode ver o que acontece ao redor para não correr o risco de ser ‘pego’ pela desconhecida força.

Enquanto Malorie busca refúgio com as crianças, Bird Box mostra, em paralelo, tudo o que aconteceu até tomar a decisão de partir. Ela fica confinada com outras pessoas em uma casa, todos tentando sobreviver ao que eles nem sabem direito o que é. Nessa parte, o filme conta com a ótima atuação de John Malkovich, que vive o agressivo Douglas, personagem cuja mulher se mata após ver a ‘tal força’.

A tensão é presente o tempo todo e deve deixar o público grudado no sofá, ainda mais pelo fato de a tal criatura do mal, que faz com que as pessoas se suicidem, não seja mostrada ao longo do filme, causando ainda mais nervoso.

Mas Bird Box vai muito além de promover vários calafrios ao longo de suas duas horas de duração e oferece diversas lições de vida. Mostra, por exemplo, a maneira como a história de Malorie muda, como ela tem de aprender a conviver com os outros. Também de como coisas boas podem acontecer mesmo em momentos de caos, algo que é mérito não só dela, mas do personagem Tom (Trevante Rhodes). A perseverança é muito demonstrada na trama.

Choca o fato de ver como a sociedade, por mais que tente, não consiga deixar, muitas vezes, de tirar proveito do próximo, ainda em que momentos de absoluto sofrimento. 




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