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Principais vias da região têm problemas de infraestrutura

Buracos, desníveis e sinalização falha são alguns dos problemas enfrentados todos os dias pelos motoristas

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
30/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa


 A proximidade com São Paulo, a história de desenvolvimento urbano desordenado e o grande número de veículos na região – cerca de 1,8 milhão – acarretam problemas nas principais vias do Grande ABC. Buracos, remendos malfeitos, ondulações e faixas de sinalização apagadas são alguns dos desafios enfrentados diariamente por motoristas que trafegam pela região. As péssimas condições de manutenção foram constatadas pela equipe de reportagem do Diário, que percorreu as ruas e avenidas mais movimentadas.

De acordo com o professor de Engenharia da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso Peixoto, a formação de buracos geralmente é causada por infiltração de água, que, juntamente com a pressão produzida pelos veículos, rompe o asfalto. Quando há ruptura em áreas maiores, é porque a estrutura do pavimento não suportou a carga, talvez por falta de compactação adequada. “A solução é a colocação de massa asfáltica urgente, com técnica de adesão. Se tiver água naquela área é necessário fazer drenagem”, explicou.

As avenidas Capitão João e Alberto Soares Sampaio, em Mauá, estão tomadas por buracos e desníveis. A pista mais deteriorada é sempre a da direita, que recebe mais peso porque geralmente é usada por caminhões e ônibus. Um frentista, que não quis se identificar, comentou sobre a precariedade das vias. “Esses buracos não são de hoje, e nem adianta tapar, pois o tanto de caminhão que passa aqui para ir a Ribeirão Pires vai continuar abrindo crateras.”

O maior problema de Ribeirão Pires fica na Avenida Humberto de Campos, onde a sinalização térrea é precária. Lombadas, faixas de pedestre e de separação de pistas estão apagadas em toda a extensão da via. O motorista João Luiz Carvalho, 54 anos, disse que já teve vários problemas por causa das falhas na sinalização. “É difícil perceber a lombada quando não está pintada. Parece que a pista está reta, aí você não freia e acaba com o carro.”

Em nota, a Prefeitura esclarece que realizou entre quinta e sexta-feira, por meio da Secretaria de Infraestrutura Urbana, serviços de manutenção de tapa-buraco na Avenida Humberto de Campos, além de outras vias de acesso à cidade (Francisco Monteiro e Princesa Isabel). “A manutenção da sinalização de trânsito na Humberto de Campos já está programada para os próximos dias.”

Em São Bernardo, os defeitos nas vias visitadas se resumem em ondulações e desníveis nas avenidas Faria Lima, Pereira Barreto e Jurubatuba. Na primeira, a pista é repleta de ondulações. Já na Jurubatuba, o vendedor Adão Machado, 58, diz que já está acostumado com os problemas. “Além de sempre alagar, quando você passa de carro a sensação é de estar no mar”, disse, para explicar a instabilidade causada pelas ondulações.

Segundo nota da Prefeitura, a cada mês são investidos R$ 400 mil em serviços de manutenção, que incluem tapa-buraco. “A Jurubatuba, Faria Lima e Avenida Pereira Barreto (parte de São Bernardo), também são contempladas por estes serviços.”

Em Diadema, parte do Corredor ABD, que vai de Santo André à divisa com a Capital, passando por São Bernardo, está tomada por buracos.

 

TRÓLEBUS

Nem mesmo o corredor de trólebus, que se trata de via exclusiva, está livre de problemas. O problema maior foi verificado no trecho da Avenida Piraporinha, com buracos e rachaduras. De acordo com o professor Creso Peixoto, em vias com rotas bem definidas, como as pistas de trólebus, a tendência é que o processo de desgaste seja acelerado devido à intensa passagem de veículos pesados.

“Mesmo sendo pavimento de concreto leva a uma redução mais rápida da vida útil. A solução, nesse instante, é buscar reforço nas trilhas de roda. É possível fazer um tipo de pavimento que até recupere essas vias, contudo, reparos que são feitos nessa ordem nem sempre conseguem manter um bom nivelamento,” explicou o especialista.

Em trecho do corredor de trólebus na Avenida Ramiro Colleoni, em Santo André, o estado da pista também é precário, principalmente na região do Senac.

No município a equipe do Diário também encontrou buracos e desníveis nas avenidas Prestes Maia e Pereira Barreto, mas as rachaduras e má conservação do corredor destinado ao transporte público chama mais atenção. “Sempre percebi que a parte que o trólebus passa é bem ruim em comparação com as outras pistas, talvez por conta do peso,” disse a dona de casa Aureli Moreno, 65.

Para o professor, o grande problema dos municípios é a falta de instalação de sistema de gerência em pavimentos, com o qual seria possível levantar desníveis, buracos e solucionar os problemas, para que não se tornem maiores. “Esse sistema as concessionárias de rodovias fazem muito bem, por isso conseguem economizar bastante dinheiro e oferecer uma superfície de maior qualidade que nas cidades.”  




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