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Após um mês no azul, indústria da região volta a dispensar

Saldo de empregos encerrou novembro com 100 cortes; porém, demissões desaceleram ante 2016

Por Flavia Kurotori
Especial para o Diário
13/12/2017 | 07:30
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Fotos Públicas


Mesmo após a indústria da região dar sinais de retomada com a geração de 50 empregos em outubro, novembro fechou no vermelho, com saldo negativo de 100 postos, ou seja, o número de demissões foi superior ao de contratações. Segundo dados do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), agosto e setembro encerraram com resultados negativos, com a extinção de 1.050 e 250 vagas, respectivamente.

A oscilação entre os meses é justificada pela recuperação econômica lenta e instável, conforme avalia Ricardo Balistiero, economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia. “Os empregos que estão sendo gerados não são de qualidade, são informais. Levará um tempo até a retomada da economia refletir na indústria.”

Balistiero observa que a recuperação deverá ser sentida com mais densidade a partir do segundo semestre de 2018, quando os rumos da eleição presidencial estarão traçados. “Nessa época, os candidatos já estarão definidos, e as pesquisas já indicarão possíveis eleitos”, explica. Em contrapartida, o economista destaca que caso o eleito tenha ideias que vão contra as reformas trabalhista e da Previdência, por exemplo, o fim da recessão estará mais distante.

Embora o resultado não seja positivo, a quantidade de demissões desacelerou em relação a igual período do ano passado, quando o saldo era de 120 trabalhadores a menos.

No mês passado, São Bernardo foi o município com o pior resultado do Grande ABC, ao registrar a perda de 500 postos de trabalho, seguido por São Caetano, que eliminou 50 empregos.

Por outro lado, a diretoria do Ciesp de Santo André, que abrange Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, contou com criação de 400 trabalhadores no período, sendo o terceiro melhor resultado do Estado. “Por mais que haja geração de empregos, trata-se de um fenômeno pontual”, afirma Balistiero.

O aumento nessas cidades foi impulsionado pela indústria de produtos alimentícios, que cresceu 15,94% no período, explicado pelo aquecimento do setor nesta época do ano. “Há uma sazonalidade por conta do Natal, e a possibilidade de contratos de trabalho intermitente pode ter colaborado nas contratações”, diz o economista.  




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