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Cadela se aposenta depois de 7 anos de serviço à GCM

Labradora Dara, que atua em operações e atividades sociais do canil de São Caetano, foi adotada pelo instrutor dela

Yara Ferraz
27/08/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Após sete anos de serviços prestados ao canil da GCM (Guarda Civil Municipal) de São Caetano, a cadela Dara, da raça labrador, vai se aposentar. Atuando principalmente em ocorrências onde é necessário um bom faro, agora ela vai descansar e ficar com a família do condutor dela, o guarda Marcelo de Souza Pimentel, 38 anos, que a adotou.

Dara chegou ao local ainda bebê, após doação. Desde então, é treinada diariamente. A forte ligação com o instrutor é recente. O guarda foi transferido há 6 meses para o serviço no canil, apesar de trabalhar na corporação há 7 anos. “Costumo dizer que foi ela quem me adotou. Assim que me aproximei, tivemos ligação instantaneamente”, contou.

Ao observar a dupla, os sinais de cumplicidade são perceptíveis. Dara obedece aos comandos de Pimentel e, mesmo quando não está trabalhando, não sai de perto do novo dono. Somente um olhar é necessário para que ambos se entendam.

Nos próximos meses, a rotina do animal deve sofrer diversas mudanças. Ela vai se juntar à mulher de Pimentel e à filha de três anos do casal como a primeira mascote da família. A transição já está sendo iniciada pelo próprio adestrador. “Levo-a ao parque quando está de folga. A Dara já conheceu a minha família e estamos iniciando algumas mudanças na rotina”, afirmou.

Apesar de não ser considerada uma cadela idosa, mas sim adulta, já que a estimativa de vida do labrador é de 14 anos, a idade de Dara (7 anos) costuma ser a de praxe para que a maioria dos cães deixe o serviço policial. “Isso acontece porque a rotina é muito diferente a de um animal de estimação. Eles treinam todos os dias, então têm uma exigência bem maior em relação ao físico e à própria mente. Por isso, esta idade é a ideal para que eles vivam os próximos anos com qualidade”, explicou o adestrador e guarda Wesley Polese.

Há cerca de um mês, Dara atuou em um bloqueio na cidade, onde ajudou a localizar drogas em um veículo. O faro é uma das principais qualidades dela, já que pelas características da raça é um cachorro manso. A despedida oficial da GCM de São Caetano está marcada para outubro, mês em que ela ainda deve fazer a atividade preferida, ou seja, o trabalho de apresentação às crianças.

Em contrapartida, Pimentel também começou a treinar o novo cão, um pastor belga de Mallinois, que tem pouco mais de 3 meses de idade. Porém, a substituta oficial de Dara é a labrador Luna, que tem a mesma cor e características física que a colega.

Ela tem apenas 5 meses de idade, mas já teve o treinamento iniciado. Para atuar nas ocorrências policiais, a média de treinamento é de cerca de um ano. “Ela é bem mansa, então já está atuando nos nossos trabalhos sociais e também já recebe o treinamento”, explicou o comandante do canil, Douglas Bispo da Silva.

Pimentel se prepara para ganhar mais uma integrante na família e aproveita as últimas semanas do trabalho de Dara para se despedir da companheira de trabalho. A opinião é unânime de que a doce labrador vai deixar saudades. “Ela me acolheu quando cheguei aqui. Então, por conta de tudo o que ela representa para mim, seria incapaz de deixá-la para trás”, contou.

Treinamento de cães é pesado e inclui exercícios e rastreamento
O espaço usado pela GCM (Guarda Civil Municipal) atualmente abriga 14 cachorros, que são alimentados mensalmente com 320 quilos de ração. Eles são treinados a rejeitar qualquer tipo de comida que não seja ração por conta do perigo de envenenamento.

Os animais atuam em operações policiais e ações educativas, conforme explica o comandante do canil, Douglas Bispo da Silva. “Fazemos apresentação em escolas e até mesmo em ONGs (Organizações Não Governamentais) e asilos. Também há atividades onde as crianças vêm assistir às apresentações aqui na guarda.”

O treinamento é pesado e inclui de exercícios físicos a rastreamentos de drogas, de armas ou de suspeitos por meio do olfato. “Temos a chamada caixa de odor, que treina essa função. Quando ele (cachorro) identifica drogas no treinamento, por exemplo, o guarda dá uma bolinha. Então, o cão associa isso quando está na rua”, explica o guarda e adestrador Clayton Martinez da Silva. Os animais aprendem a obedecer os comandos do treinador, conforme explicou o guarda e condutor Agenilson Luiz dos Reis. Também é possível observar como eles se comportam ao ir atrás de um suspeito.

Caso Dara não fosse adotada pelo seu condutor, ela iria para a adoção, o que não costuma acontecer no canil. “Desenvolvemos relação de companheirismo e não tem como deixá-los”, afirmou Rogerio Baunes, que tem outro cão aposentado




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