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Crise favorece expansão de brechó de roupas infantis
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/05/2017 | 07:18
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Divulgação


Depois de tentar tocar a pequena loja de ferramentas do padrasto e levá-la à falência, e então perceber que sua área de atuação não era exatamente essa, Flávio Thenorio resolveu mudar radicalmente de segmento e ingressar no mundo dos bebês junto com a irmã Giovana Domiciano. No entanto, em vez de comercializarem itens novos, e serem apenas mais uma varejista do ramo, os andreenses optaram por abrir um brechó de produtos infantis, ao apostar na tendência em meio à crise. O negócio deu tão certo que já estão com duas unidades próprias, em Santo André e São Bernardo (recém-aberta), e uma franquia, em Mauá (aberta em setembro).

“Nos Estados Unidos se dá muito valor ao produto seminovo. Eles não jogam fora. Ainda mais se tratando de bebês e crianças pequenas, que perdem muita roupa e sapato sem terem usado direito”, conta Thenorio. A ideia foi inspirada nas garage sales norte-americanas, onde os pais levam produtos que seus filhos não usam mais e geram créditos para trocar por outros novos ou quase novos.

A primeira unidade foi aberta em fevereiro de 2015 numa sobreloja de apenas 33 metros quadrados no Centro de Santo André. “Tínhamos reunido 51 peças novas e usadas, até porque alguns itens entendemos que precisam ser novos, a exemplo de mamadeiras, chupetas e copinhos, além de itens relacionados à higiene do bebê”, lembra o empreendedor.

Hoje, cerca de 70% dos produtos são seminovos e, 30%, novos. As mercadorias de segunda mão são focadas no público recém-nascido até os 3 anos, e custam entre 40% e 70% menos.

A recepcionista Ivani Maria Lucena de Oliveiras, 34, diz que frequenta a Arena Baby pela economia que consegue obter. Mãe de três filhos, Ítalo, 9, Luan, 5, e Mariana, 1, ela lamenta não ter conhecido a loja antes. “Compro lá desde que minha filha tinha 3 meses. Cansei de gastar um dinheirão em peças novas para os meninos e perder logo. Às vezes, as crianças usam só uma vez”, conta. “Uma jaqueta infantil de R$ 300 lá eu pago R$ 29 em uma seminova. Sem contar que encontramos também marcas importadas, que só quem viaja ao Exterior consegue ter, e por valores bem acessíveis.”

Ivani relata que dos R$ 3.000 que esperava gastar para compor o enxoval de Mariana desembolsou cerca de R$ 600, ou seja, 20% do que se os itens fossem novos.

SEGREDO DO SUCESSO - A Arena Baby desenvolveu um manual para ser usado nas lojas e um sistema de padronização de preços. Thenorio recorda que, no início, ele e a irmã higienizavam as roupas, o que gerava custo extra e inviabilizava o negócio. Optaram então por aceitar apenas peças limpas e cheirosas, e em bom estado de conservação. O que não pode ser comercializado, doam ao Exército da Salvação. Além disso, criaram cartão fidelidade que estimula os clientes mais assíduos a ganharem um bônus para usar na loja.

“A crise nos ajudou muito, pelo fato de ampliar o sentimento de compartilhar as coisas. Além disso, fiz tudo diferente de quando atuei na loja do meu padrasto. À época, eu comprei muita coisa, fiz estoque exagerado e montei a loja onde não devia”, avalia.

Em 2016, a Arena Baby registrou faturamento de R$ 960 mil, alta de 100% ante fevereiro de 2015. Para 2017, o objetivo é expandir em 150%. Por mês, são comercializadas cerca de 5.000 peças por loja, o que gera receita de R$ 60 mil.

Os planos de Thenorio e Giovanna são ampliar as franquias e encerrar o ano com cinco unidades. “Contratamos consultoria que nos orienta onde é melhor abrir lojas.” As cidades pretendidas são Diadema, São Caetano e Interior de São Paulo. O valor da franquia é de R$ 250 mil, e a taxa é de 4,5% do faturamento bruto mais 1,5% de propaganda. São necessários cinco empregados por loja. 




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