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Paralisação de trens da CPTM afetará 189 mil usuários na região

Ferroviários decretaram greve a partir da 0h de hoje nas linhas 7 – Rubi e 10 – Turquesa

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
11/04/2017 | 07:00
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Sem avanços nas negociações sobre o pagamento do acordo estipulado no PPR (Programa de Participação nos Resultados), referente ao ano passado, o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo decretou ontem greve de funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Iniciada à 0h de hoje, a paralisação afeta a operação das linhas 7 – Rubi (Luz – Francisco Morato) e 10 – Turquesa (Brás – Rio Grande da Serra). Cerca de 189,5 mil usuários que utilizam o sistema no Grande ABC devem ser afetados com a medida.

Com adesão de 2.000 funcionários que atuam na Linha 10 – Turquesa, responsável por atender nove estações ferroviárias espalhadas pela região, a greve foi aprovada ontem durante assembleia da categoria, na Capital. “Infelizmente, a CPTM não quis atender nossas solicitações. Tivemos uma reunião na sexta-feira, mas a proposta ainda está distante do que a categoria deseja”, declarou o presidente do sindicato, Eluiz Alves de Matos.

Segundo o presidente da categoria, a companhia tem se negado a seguir acordo assinado em setembro do ano passado no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Nele, CPTM e funcionários definiram que o PPR seria pago em uma única parcela no dia 31 de março deste ano, o que não ocorreu.

“Os funcionários, com muita dedicação, conseguiram atingir as metas negociadas. Mas, em fevereiro, para nossa surpresa, eles iniciaram discussão para mudar a forma de pagamento, mesmo sabendo que muitos trabalhadores já estavam contando com esse dinheiro”, relata.

De acordo com a categoria, na data acordada, somente metade do PPR foi depositada. A companhia, por sua vez, prometeu efetuar no dia 16 de junho, com valor corrigido pelo índice IPC-Fipe acumulado nos meses de abril e maio deste ano, o débito pendente. “Isso foi uma falta de compromisso. Não podemos aceitar que eles descumpram um acordo desse”, explica Matos.

Em nota, a CPTM afirmou considerar “irresponsável” a decisão de greve tomada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo. Segundo a companhia, a diretoria tentou “todas as formas e alternativas no sentido de chegar a um acordo com as entidades sindicais envolvidas”.

“A companhia lamenta a decisão arbitrária e espera que os empregados das linhas 7 e 10 atuem com bom-senso, considerando a responsabilidade de garantir a prestação de serviço aos quase 780 mil usuários que utilizam diariamente os trens para chegar ao trabalho, à escola, ao médico, à rede hospitalar, entre outros inúmeros compromissos assumidos.”

Em cautelar ajuízada pela CPTM, visando garantir a operação do sistema, o Tribunal Regional do Trabalho determinou que durante a greve todos os funcionários mantenham ao menos 75% da operação nos horários de pico (das 4h às 10h, e das 16h às 21h). Em relação aos demais horários, o percentual mínimo foi de 60% desse contingente de empregados. O descumprimento da liminar implicará no pagamento de multa diária de R$ 100 mil.




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