Além da possível disputa entre tio e sobrinho da família Tortorello nas eleições, um outro confronto doméstico, desta vez entre a geração Salgado, pode ser efetivado na luta por votos ao legislativo.

Eduardo Salgado (PSB), irmão do vereador Jorge Salgado (PTB), pretende buscar uma das cadeiras na Câmara em outubro. A situação nos bastidores é delicada, mas ambos mantêm discurso amigável e realçam que a questão está sendo debatida sem problemas familiares.

"Conversamos muito sobre o assunto e Jorge entendeu minha posição. Tenho uma ideologia que foi respeitada. Não houve briga e sim consenso", observa Eduardo, que pediu afastamento do cargo de chefe de gabinete do irmão, onde trabalhava há mais de sete anos.

O ex-assessor ressalta porém que, se concretizar a candidatura, não irá atuar no nicho eleitoral de Jorge. "O setor dele é mais no setor educacional. Buscarei espaço de outros candidatos, pois nossas propostas são diferentes", analisa Eduardo, de 52 anos, cuja primeira estratégia para obter sucesso na possível candidatura foi adquirir um celular "para ficar mais acessível".

Eduardo Salgado fora candidato a vereador em 1988, mas não obteve êxito. No entanto, desta vez, acredita na força do sobrenome para ser bem-sucedido no pleito. "Tenho sangue político. Meu pai (Oswaldo Martins Salgado) foi vereador por 20 anos (cinco legislatura, de 1965 a 1983). Nós dois podemos vencer as eleições."

Mesmo com o irmão já falando como candidato, Jorge, 54 anos, enfatiza que o caso ainda não está totalmente definido. "Ele sairia candidato se eu for o escolhido a vice-prefeito da chapa de Auricchio (prefeito José Auricchio Júnior-PTB) ou se a PEC 333 (que aumenta de 11 para 19 as vagas na Câmara de São Caetano) seja aprovada. Mas a vontade dele é legítima, assim como de qualquer outro cidadão de São Caetano, de qualquer legenda."

Para Eduardo, mesmo com a manutenção das 11 cadeiras, há a intenção de tentar um lugar no legislativo. "Ficaria mais difícil, mas tenho condições de ser eleito."

O atual vereador acrescenta que não irá interferir na decisão do irmão. "Tem de ver se ele vai ter legenda. Isso é um problema que tem de ser debatido com o partido dele", completa Jorge.