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Governo federal é apoio de Sto.André
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
17/07/2005 | 07:41
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Passados seis meses de governo, o Diário faz uma série de reportagens no decorrer da semana para mostrar o que as Prefeituras das sete cidades fizeram até agora. E para demonstrar também o que deixou de ser feito. Pegamos como base as promessas feitas pelos então candidatos a prefeitos no período de campanha eleitoral. Exceção é feita a Mauá, cidade administrada pelo prefeito interino Diniz Lopes (PL). Neste caso, esboçamos o que o prefeito apresentou como prioridades ao deixar o cargo de presidente da Câmara e assumir a administração municipal no início do ano. Todas as reportagens terão um quadro com as promessas, ações concretizadas, não concretizadas e em andamento. Haverá também entrevistas com todos os prefeitos. No caso de São Bernardo, com o vice-prefeito, José Roberto de Mello (PSDB), porque o prefeito William Dib (PSB) está em férias. A série inicia neste domingo com a avaliação de Santo André.

Após seis meses de governo, o prefeito de Santo André João Avamileno (PT) não cumpriu nenhum dos dez projetos prioritários apresentados na campanha eleitoral. Três deles sequer saíram do papel. Quase a metade das ações prometidas depende de investimento maciço do governo federal para decolar.

O caso que mais evidencia essa relação de dependência é o Hospital da Mulher, que está sendo erguido na avenida América do Sul, no Parque Novo Oratório. São necessários R$ 10 milhões para colocar o centro médico em funcionamento. Mas até agora só R$ 3,7 milhões foram injetados na obra, sendo que a maior fatia do dinheiro - R$ 2,5 milhões - veio de Brasília, e a Prefeitura aguarda mais verba para a conclusão do projeto. Mesmo com a torneira fechada provisoriamente, a expectativa é de que o primeiro hospital público do segundo subdistrito seja entregue em 2006.

João Avamileno tem pressa. Quando concluído, o Hospital da Mulher deverá concentrar todo o atendimento à gestante de Santo André, que hoje é dividido entre a Santa Casa de Mauá, na cidade vizinha, e o Centro Hospitalar Municipal. O prédio terá 5.365 m² de área construída que abrigará cem leitos. A expectativa é de que todos os meses sejam realizados 400 partos no centro médico.

Algumas ações, como o projeto do complexo viário do Cassaqüera, ainda estão no plano das idéias. Se sair do papel, o viário interligará as avenidas dos Estados (bairro Capuava) e Giovanni Batista Pirelli (Vila Homero Thon), desafogando o Centro de Santo André. "Seria ótimo. Em horário de pico o congestinamento por aqui é horrível. O carro não sai do lugar", diz o taxista Antônio Martins de Lima Neto, 44 anos, sete deles trabalhando nas ruas da cidade.

O complexo é um sonho antigo da Prefeitura, que surgiu na administração do prefeito Celso Daniel. Três editais de licitação já foram lançados para a execução da obra, que por falta de recursos sempre minguou. Questionado, o prefeito João Avamileno prefere não falar em custos.

Mas a própria administração estima que R$ 50 milhões são necessários para transformar o Cassaqüera em realidade. O dinheiro já foi pedido para Brasília, mas não há sinal de liberação.

A lista de engavetados inclui ainda a revitalização do Centro, que prevê a mudança das barracas de camelôs do entorno da estação de trem de Santo André e a revitalização do Parque do Pedroso, uma das maiores reservas ambientais do Grande ABC. A íntegra do projeto do Pedroso ainda é mantida sob sigilo pela Prefeitura, mas não está descartada a reativação de equipamentos há anos esquecidos, como um teleférico todo enferrujado. "A Prefeitura não tem dinheiro para isso. Estamos buscando parcerias com a iniciativa privada", admite Avamileno.

Entre todas as propostas, a UFABC (Universidade Federal do Grande ABC) é uma das poucas vitórias do governo Avamileno até agora. A criação da universidade foi aprovada pelo Senado e começa a funcionar no primeiro semestre do ano que vem. Na esfera federal, o projeto deslancha. No entanto, na municipal, ainda cabe ao prefeito mandar projeto de doação do terreno para a instalação da universidade para os vereadores aprovarem. "Ainda não foi porque a Câmara está em recesso", alega. No início do ano, as aulas começam em prédio alugado.

Outras promessas estão sendo cumpridas a passos lentos. É o caso do Parque Central, inaugurado parcialmente em abril. A aprovação dos freqüentadores é unânime, no entanto, para a conclusão do projeto original ainda faltam pista de skate e um acesso do parque à avenida Pereira Barreto. Dentro do parque, também está prevista a criação do Epac (Escola Parque-Ciência), obra que caminha, mas não deslancha. O cronograma já foi readequado várias vezes. Agora a previsão de inauguração é 2006.

Vizinho ao Epac, a favela do Gamboa deve ser remanejada para uma área em fase de urbanização no Parque Capuava. O projeto, que é discutido desde a década de 1990, deve sair do papel dentro de dois anos. É o Santo André Mais Igual, outra promessa de campanha de Avamileno que prevê a urbanização de várias favelas da cidade. Na lista para essa gestão, estão ainda os núcleos do Pintassilgo, Gonçalo Zarco, Jardins Irene I e II, além da conclusão do trabalho iniciado no complexo Tamarutaca/Sacadura Cabral.

A integração de ônibus é outra promessa da administração. Hoje, essa integração gratuita entre dois ônibus é restrita a estudantes. A ampliação do benefício está em fase de estudo entre Prefeitura e empresários do setor.

Outra marca da gestão passada de João Avamileno, que foi usada como bandeira em sua campanha para reeleição, são os Cesas (Centros Escolares de Santo André). Duas novas unidades já foram entregues nos primeiros meses de gestão - Cata Preta e Palmares - e a promessa é de que até 2008 outras três sejam concluídas: Parque Erasmo-Assunção, Jardim Irene e Jardim Santo André.




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