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FHC anuncia investimento de R$ 11,5 bi em 14 Estados
Do Diário do Grande ABC
29/07/2000 | 01:20
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O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou nesta sexta-feira o Plano de Apoio aos Estados de Menor Desenvolvimento Humano, diante de 11 governadores, de três representantes de governadores e de ministros de Estado. O plano prevê a melhoria da qualidade de vida nas regioes pobres do país de acordo com o Indice de Desenvolvimento Humanos (IDH). Até 2002, serao investidos R$ 11,530 bilhoes em 14 projetos sociais referentes à saúde, à educaçao e à renda.

Em tom de pompa, a reuniao foi realizada na Granja do Torto (uma das residências oficiais do presidente) com direito à transmissao ao vivo de parte do encontro e entrevista coletiva do primeiro escalao do governo. O lançamento do plano foi marcado por contradiçoes sobre o montante dos recursos que serao aplicados nos projetos sociais. A secretária de Assistência Social, Wanda Engel, afirmou que as verbas vao chegar a R$ 14 bilhoes, enquanto o presidente afirmou que serao apenas R$ 11,5 bilhoes.

"O Brasil nao é um país pobre, mas injusto", disse o presidente, na abertura da reuniao, tentando explicar as diferenças existentes principalmente no Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhao, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins, onde está um terço da populaçao brasileira e os menores Indices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. "Mas já temos condiçoes de encarar isso com mais determinaçao, porém nao com um passe de mágica, um milagre, uma farsa, e nao numa visao imediatista", completou ele.

O plano será direcionado apenas para os Estados cujo IDH é considerado abaixo do ideal, com base nas diretrizes da Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU), sendo que, inicialmente, será executado em 87 municípios (dos 14 Estados mais pobres do país) atendidos pelo Programa Comunidade Ativa. Até março do ano que vem, a meta é elevar o atendimento para 532 municípios. Em tom professoral, o presidente se remontou aos tempos em que dava aulas e usou gráficos e quadros. "Existe hoje uma vontade de dizer nao à exclusao social. Tolerância zero à exclusao social", acrescentou Fernando Henrique.

Confusao - Do total de R$ 11,5 bilhoes de recursos aplicados, estao incluídos R$ 4,1 bilhoes de adicionais do Plano Plurianual 2000-2003, outros R$ 2,3 bilhoes de verbas adicionais do Orçamento Geral da Uniao, R$ 1 bilhao de empréstimos externos e contrapartidas dos Estados. Há, ainda, a expectativa de R$ 4,2 bilhoes provenientes do Fundo de Combate à Pobreza, já aprovado na Comissao de Constituiçao e Justiça do Senado, porém à espera de prazo na Comissao Especial. Houve contradiçao na revelaçao dos números. De um lado Fernando Henrique anunciou os R$ 11,5 bilhoes, enquanto, do outro, a secretária nacional de Assistência Social, Wanda Engel, responsável pela coordenaçao dos programas, falou em R$ 14 bilhoes.

A explicaçao, fornecida pelo ministro do Planejamento, Pedro Parente, foi que a confusao ocorreu porque a secretária reuniu o total de dinheiro já aplicado em projetos anteriores. No entanto, o presidente interrompeu a explanaçao de Wanda Engel para reiterar os valores anunciados por ele, corrigindo-a.

A reuniao na Granja do Torto transcorreu em clima festivo com direito a almoço, numa tentativa de amenizar a tensao dos últimos dias, em decorrência das denúncias em torno do ex-assessor da Presidência Eduardo Jorge Caldas, acusado de facilitar a liberaçao de verbas para as obras superfaturadas do Tribunal Regional do Trabalho de Sao Paulo.




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