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Os produtos que vinham das colônias

Lembro do velho Maranesi, calvo, gordo e sempre com um charuto na boca...

Ademir Medici
27/02/2016 | 07:00
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“Lembro do velho Maranesi, calvo, gordo e sempre com um charuto na boca e, do lado esquerdo de quem olhava para o posto, o elevador de autos.”

Cf. Roberto Pelosini, empresário, sobre os postos de gasolina que os Maranesi mantiveram na Rua Marechal Deodoro.

Seguimos pela Rua Marechal Deodoro, lado ímpar, e chegamos ao coração da cidade, o Largo da Matriz, de tantas e tantas histórias. Cite uma, Clarivalde Versolatto.

- As grandes festas eram realizadas no Largo da Matriz. A italianada da colônia era ali reunida. Trazia carvão, batata, lenha, tudo aquilo que era produzido por eles no Montanhão, no Batistini, no Demarchi, nos Casa, no Rio Grande.

- Os produtos eram leiloados, rifados, em benefício da igreja.

- E havia o pau-de-sebo, o porco ensebado, os fogos de artifício, as procissões, a festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, a Procissão dos Carroceiros. No centro de tudo, o Largo da Matriz.

SEGUIMOS

Acompanhem com o Versolatto a descrição que se segue. Cada domicílio ganharia dele uma história, uma lembrança, uma descrição repleta de detalhes e curiosidades. A história real e viva da velha Vila de São Bernardo, que não se encontra em livro algum no seu todo e que ganha realeza no jeito de contar desse homem que fala rápido, caminha rápido, adora uma boa conversa – preferencialmente em uma esquina dessas históricas da querida Rua Marechal Deodoro.

Lado ímpar (continuação)

- Casa da família de Carlos Maranesi

- Dr. Rossi (dentista)

- Alfaiataria do Macedo

- Farmácia do Sr. Afonso

- Antigo prédio do Correio

- Loteria do Nenê Amiratti

- Residência do Ritucci

- Casa de peças de automóveis Waldemar Maranesi

- Clínica Oftalma Batista da Luz

- Tipografia Gilberto Lazzuri

- Charutaria Ritucci (depois sobrado Gijon Venessia e Móveis Basso & Berardi)

- Largo da Matriz (capela centenária de Nossa Senhora da Boa Viagem)

- Terreno do Turco

- Família Hermínia Linek

- Armazém de secos e molhados Ítalo Lazzuri

- Açougue dos Lazzuri (João e Oliveiro)

- Bar e Restaurante do Português

- Barbearia do Ninilo

- Cine São Bernardo (Família Francisco Miele)

- Venda de jornais da família Assumpção

- Bar dos Ginesi (Guazzelli)

- Barbearia do Salum (frequentada diariamente pelo prefeito Lauro Gomes)

- Bar Expresso do Sr. Salim Tabet

- Loja do Turco (depois Bar do Demarchi)

- Loja do Fanani (artigos domésticos)

- Depósito de materiais de construção Sr. Salerno

- Câmara Municipal (depois gabinete do prefeito Wallace Simonsen)

- Loja do Samuel Plat

- Quitanda do Santiago (massagista)

- Casa do Osvaldo Maranesi

- Sociedade Italiana (local de bailes e festas da cidade. Ali foi recepcionado o presidente Getúlio Vargas, na década de 1940)

- Colchoaria do Jau (o carnavalesco)

- Loja da Senhora Cezira (depois da Família Samuel)

- Banco Mercantil (gerenciado por muitos anos por Olavo Pasin)

- Cibus, armazém de secos e molhados (depois da Família Horita)

- Comitê político de Tereza Delta

- Bicicletaria do Souza (depois do Marotti)

Continua

Em 27 de fevereiro de...

1897 – Lavrada a escritura de venda do terreno da Vila Nova ou Martim Smith, no Alto da Serra (Paranapiacaba). No total, 80 alqueires e meio, o equivalente a 1.948.100 m². Valor: 45 mil contos de réis.

- O negócio registra a presença de nomes que fizeram história.

- Francisco Rabelo Lobo, de São Bernardo, e Willian Speers (da São Paulo Railway).

- Proprietários anteriores: Antonio Queiroz dos Santos e mulher; e Albino Gonçalves Moreira.

- As terras foram arrendadas a dois ocupantes: Francisco Fenoli e José Maria Quaresma.

- Fazia limites com terras de Luis Antonio Rodrigues, João Maria Quaresma, Miguel Lopes e José Mariano Carneiro.

Fonte: Registros do 2º Tabelião, folhas 44 e 45. Pesquisa: Adalberto Dias Almeida.

1916 – Futebol em Santo André: AA São Bernardo 0, União Paulista FBC 4; entre os segundos quadros, vitória dos locais por 6 a 3.

- A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Formação de um novo exército australiano’.

Diário há 30 anos

Quinta-feira, 27 de fevereiro de 1986 - ano 28, nº 6069

Manchete – Loto sorteia hoje Cr$ 34 bilhões. É o maior prêmio da sua história

Paranapiacaba – Distrito vai combater borrachudos. Como parte dos trabalhos, cursos d’água serão demarcados.

São Caetano – Luminárias a vapor de sódio substituem as de vapor a mercúrio.

Polícia – Identificado o assassino de taxista do Ponto 17, em São Bernardo.

Santos do Dia

- Santo Leandro (Espanha, Cartagena, 540 – Sevilha, 600). O nome significa força de leão. Pertencia a uma família de santos, dos irmãos Isidoro, Fulgêncio e Florentina. Bispo de Sevilha. Deve-se a ele o ressurgimento da vida cristã na Península Ibérica. Foram estabelecidas paróquias. Fundados mosteiros. Realizados concílios.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza

- Valdomiro

- Besas

Nas Ondas do Rádio

Viagem no Tempo. Internet: www.viagemnotempo.net. Produção e apresentação: Marcelo Duarte.

- Vinte e quatro horas por dia no ar, com programas especiais aos finais de semana:

- Rádio Vitrola, sábados, 22h, com reprise aos domingos, 7h.

- Clássicos sertanejos, domingos, 6h.

- Momento Jovem Guarda – domingos, 10h, com reprise às 22h.

- Ao som de um bolero – domingos, 11h

Rádio ABC (1570). Causas Nobres. Ao vivo, no estúdio, uma entrevista com Cleiton Henrique Pereira, presidente da Creche João XXIII, de Santo André. Produção e apresentação: Antonio Dalto. Hoje, às 10h.

Bandeirantes AM (840) e FM (90,9). Memória. Jornalista Milton Parron – produtor e apresentador, coordenador do Cedom (Centro de Documentação e Memória da Band) – resolve produzir programa diferente, com poesias, historietas, livros e peças de teatro que só se tornaram populares porque foram musicalizados em um certo momento. Entre as atrações:

- Morte e Vida Severina. O próprio autor, João Cabral de Melo Neto, passou a admitir que sua obra tinha muito mais a cara do Chico Buarque de Holanda por causa da música Funeral de Lavrador introduzida na peça.

- Manoel Bandeira recita Pasárgada. Portela (1973) com o samba enredo Amigo do Rei, descreve o reinado de Pasárgada. Desde então, pessoas de todas as camadas sociais conheceram de perto a obra de Bandeira.

- A Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Escrito em
1843, o poema foi musicado no final do século 19 por um espanhol e foi a música que arrancou lágrimas da família imperial do Brasil por ocasião do exílio de Dom Pedro II.

- Escolhemos um lindíssimo poema do escritor e médico santista Martins Fontes, que um dia foi musicado por Mary Buarque e Inezita Barroso gravou em 1966. Fala da São Paulo que nossos avós conheceram no esplendor da explosão industrial lá pelos anos 20 e 30 e chama-se Serenata, de uma beleza invulgar.

- Carlos Gomes, com o Guarani e Quem Sabe e a triste história do próprio gênio da música clássica brasileira que perdeu a mãe quando criança ainda, vítima de assassinato.

- O Hino da Abdicação, de 1831, homenageando Dom Pedro I quando abdicou do trono em favor de seu filho, o futuro Pedro II. Esse hino, com mudança da letra, é o atual Hino Nacional Brasileiro. O original será apresentado, assim como a primeira versão já como Hino Nacional, época em que a introdução hoje apenas instrumental, também tinha versos e era, portanto, cantada.

Hoje, às 23h, com reprise amanhã, às 5h. 




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