O BB (Banco do Brasil) se prepara para entrar no mercado de crédito estudantil social a partir deste ano. A empresa será agente financeira do Fies (Financiamento ao Estudante de Ensino Superior). Assim, os estudantes terão oportunidade de escolher entre a Caixa Econômica Federal e o BB para contratarem o empréstimo.

O Ministério da Educação informou que a nova lei do Fies criou o recurso 'habilitação de instituição', abrindo espaço para vários bancos atuarem como agentes financeiros do programa. O BB foi a primeira instituição a aproveitar a abertura.

Conforme a Lei 12.202, de 14 de janeiro de 2010, a Caixa, que antes atuava como administradora do Fies, passa a ser apenas agente financeira do programa. O bastão da administração vai ser controlado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), autarquia vinculada ao MEC (Ministério da Educação).

Na parte financeira, a nova regra prevê teto de juros anuais de 3,5%, contra 7,5% cobrados antes, aumento do limite financiado, que pode chegar a até 100% do valor do curso, e parcelamento em até 222 meses. Antes, os alunos contratavam o crédito com prazo máximo de liquidação da dívida em 132 meses.

Estratégia - O estudante deverá tornar-se cliente do BB para contratar o crédito do Fies. Porém, a conta-corrente terá os benefícios oferecidos apenas aos universitários. Assim, o banco pretende ampliar sua carteira de clientes que cursam faculdades, que hoje compreende cerca de 1,3 milhão de contas.

O formando Thiago de Oliveira Endo acha interessante a ideia de trabalhar com apenas um banco para todas as operações financeiras. Ele cursou Jornalismo, na Universidade Metodista de São Paulo, contando com o auxílio do Fies. "Se eu tivesse a oportunidade de trabalhar com apenas um banco antes, poderia acompanhar melhor as minhas contas", explica Endo. Ele está em busca de emprego e dependerá dos pais para custear suas dívidas remanescentes do Fies. Mas assegura que liquidará os débitos, por conta própria, quando ingressar no mercado de trabalho.

Problema - Tatiana Navarro, moradora de São Bernardo, já está no mercado de trabalho e tentou liquidar o restante da dívida do Fies, pelo curso de Ciências Biológicas, com a Caixa. "Mas eles me deram explicações bem confusas, pediram e-mails para oferecerem contrapropostas e desisti", conta. Ela continua pagando as parcelas do contrato inicial.

A Caixa informou que para identificar os problemas ocorridos com Tatiana seria necessária uma análise profunda do caso, munida de todos os detalhes do contrato, agências consultadas "entre outros pormenores, necessários para um levantamento pontual". O banco afirma que as renegociações acontecem apenas nas agências de origem do contrato de cada estudante.