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Fidelidade garante sucesso à feira livre
Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
20/01/2008 | 07:04
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Os mesmos motivos que fizeram os preços dos alimentos dispararem nos supermercados em 2007 deixaram mais caros os produtos vendidos em feiras livres. No Grande ABC, feirantes afirmam que razões climáticas e aumentos da concorrência com as redes varejistas prejudicaram o segmento no ano passado.

Por estas razões, o carro-chefe das feiras – verduras e legumes – teve reajuste de 30% a 40% nos últimos meses. Mesmo assim, os comerciantes se dizem otimistas. A fidelidade dos consumidores e a modernização dos serviços prestados – como entregas em domicílio e restaurantes – garantem ao setor boas perspectivas.

Segundo Roberto Schinyder, comerciante de carnes, as vendas em 2008 deverão resgistrar crescimento de 10% em relação ao ano passado.

“Até o Carnaval os negócios caminham mais lentamente. Após as festas os consumidores que antes estavam viajando voltam a freqüentar as feiras a procura de alimentos de qualidade”, aponta Schinyder.

Francis Garcia Zampolo (conhecida como Fanny), proprietária de uma barraca de verduras, compartilha da opinião de Schinyder. Por conta da queda de consumidores entre janeiro e fevereiro, ela deixa de comprar do fornecedor 30% menos no período.

“Todos os dias vou até Suzano (SP) buscar o meu pedido. Tudo que levo nas cinco feiras livres que trabalho em Santo André é fresco. Por isso, não posso ter muitas sobras e reduzo a quantidade nesses meses”, afirma Fanny.

Outro que afirma não ter do que reclamar em razão da quantidade crescente de fregueses e do sucesso do serviço de encomenda é o dono da barraca de pescado, Hermes Marcatti.

“Fechamos 2007 com crescimento de 25%. A justificativa para o sucesso do meu negócio é o prazer que tenho de atender meus clientes oferecendo por 34 anos produtos que eu confio”, conta Marcatti.

SUPERMERCADOS

Para muitos feirantes, os concorrentes venceram a briga porque contam com trunfos como pagamentos a prazo, com cartão de crédito, a débito e estacionamento.

Algumas dessas vantagens já foram oferecidas pelos comerciantes de feiras livres mas não tiveram muito sucesso. “Tentei implantar, mas não deu certo. A feira livre é ainda mais prática que o meio de pagamento eletrônico. As máquinas às vezes não funcionam e isso nos traria problemas”, garante Edson Luiz Velasque.

Segundo Hélio Onaga Massa, também feirante (conhecido na região como Massa), apesar das mordomias que as redes oferecem, as feira tem algo que o mercado não consegue ter: “produto fresco”, diz ele.

E argumenta ainda: “Isso que faz a freguesia ser fiel. Para ampliar a carteira de clientes também oferecemos serviço de entrega.



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