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PF tem 2 linhas de investigação sobre Waldomiro Diniz
06/04/2004 | 00:11
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A Polícia Federal tem duas alternativas para continuar a investigação em torno do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz, mesmo que a Justiça Federal aceite a denúncia do Ministério Público. A PF poderá desmembrar dois outros inquéritos em que Diniz está envolvido. O primeiro foi aberto a pedido do próprio ex-assessor, para se defender de uma acusação de ligação com o suposto bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No outro, ele é acusado de irregularidades quando foi presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), entre 2001 e 2002.

Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que as investigações irão continuar, mas a PF vai esperar a decisão judicial sobre a denúncia feita pelo procurador regional da República, Marcelo Serra Azul, que acusou parte da diretoria da Caixa Econômica Federal, o próprio Waldomiro e executivos da Gtech, de irregularidades na renovação do contrato da empresa, em abril do ano passado. "É um ponto de honra para o governo continuar as investigações", afirmou Thomaz Bastos.

Se a Justiça Federal recusar a denúncia do Ministério Público, a apuração do caso recomeça automaticamente. No entanto, se a Justiça decidir aceitar a denúncia, a PF estudou duas formas de continuar o caso, sendo que a mais provável é continuar o inquérito em que Waldomiro Diniz pede para ser investigado. Segundo ele, uma reportagem da Revista IstoÉ, de 2002, o envolveu a Carlinhos Cachoeira. O ex-assessor palaciano enviou ofício à PF pedindo a apuração, alegando defesa de sua honra. Outra alternativa, segundo fontes da PF, é estender as investigações que já estavam sendo feitas no Rio, onde Diniz vinha sendo investigado por ter ignorado o recebimento de impostos de casas de bingos no Estado.

Waldomiro Diniz recuou no domingo da sua estratégia de silêncio e decidiu que agora vai falar. Depois de tomar conhecimento do depoimento de Cachoeira, nesta segunda-feira, na Assembléia Legislativa de Goiás, Diniz informou, por meio do advogado Luiz Guilherme Vieira, que dirá o que sabe no depoimento que prestará à CPI da Loterj, no Rio de Janeiro.

Previsto para esta terça-feira, o depoimento foi adiado para o próximo dia 13 porque o ex-assessor do Planalto queria conhecer e se preparar para se defender dos novos ataques de Cachoeira. Waldomiro deixou claro que não irá responder às perguntas que resultem em produção de provas ele. "Esse é um direito garantido pela Constituição, que a própria CPI reconhece", disse Luiz Guilherme. Quanto a perguntas que incriminem Cachoeira ou que ajudem a desvendar as irregularidades da Loterj, o ex-assessor não fugirá das respostas. Se houver espaço, ele responderá às acusações dos detratores, saindo pela primeira vez da defesa ao ataque, garante Luiz Guilherme.




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