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Casas Bahia compra área para instalar centro de distribuição
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
11/03/2005 | 14:25
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A Casas Bahia comprou por R$ 10 milhões da Volkswagen um terreno de 215 mil m², em São Bernardo, para a construção de Centro de Distribuição de mercadorias da empresa. O terreno fica na avenida Doutor José Fornari, às margens da via Anchieta e em frente à fábrica da montadora.   

Além da aquisição da área, a maior rede de varejo do país prevê gastar mais R$ 20 milhões na construção do galpão, num investimento total de R$ 30 milhões. O empreendimento vai gerar mil empregos diretos. O depósito, de 70 mil m² de área coberta, abastecerá exclusivamente o Grande ABC, a Baixada Santista e partes das zonas leste e sul da Capital. As obras começam em 90 dias e terminam em dezembro.

A área onde será erguido o Centro de Distribuição da Casas Bahia já foi palco de conflitos entre moradores sem-teto e a polícia. Em 2003, durante desocupação, o fotógrafo Luís Antônio da Costa, o “La Costa”, da revista Época, foi morto no local, vítima de assaltantes em fuga.

A construção de um depósito regional faz parte da estratégia de descentralização logística da empresa e de redução de custos. A intenção é desafogar o Centro de Distribuição de Jundiaí, no interior do Estado, o segundo maior do mundo, com 1 milhão de m² – atrás somente do depósito central da Coca-Cola, em Atlanta (EUA). Cerca de 10% de todo o estoque de Jundiaí será transferido para o depósito do Grande ABC.

A Casas Bahia projeta para este ano construir outros centros de distribuição pelo país. Os primeiros já estão definidos. O depósito de 100 mil m² de Pavuna, no Rio de Janeiro, será substituído ainda neste mês por um de 180 mil m² em Duque de Caxias, em um terreno quase três vezes maior que a área de construção.

Outro depósito será levantado em Betim (MG), com espaço de 26 mil metros quadrados. A obra será simultânea à de São José dos Pinhais (PR), que terá o dobro do tamanho da de Minas e servirá como base de distribuição para toda a região Sul.

Localização – Os argumentos para a escolha do local do Centro de Distribuição no Grande ABC se resumem em um só fator: a localização. O terreno tem posição privilegiada do ponto de vista logístico. Está próximo ao entroncamento Anchieta/Imigrantes, que facilita o acesso à Baixada Santista, assim como agiliza entregas em toda a Grande São Paulo.

Várias outras empresas estão de olho nessa região. Em dezembro do ano passado, a rede de material de construção Center Castilho montou um centro de distribuição na via Anchieta, no antigo prédio da TRW Motores. Além disso, as margens da rodovia abrigam um dos mais importantes conglomerados industriais do país, com empresas como Bom Bril, Ford, Volks, Mercedes-Benz, entre outras.

O vice-presidente da Casas Bahia, Michel Klein, afirma que a infra-estrutura de São Bernardo e a localização do terreno foram decisivas na escolha. A empresa cogitou a possibilidade de erguer o Centro de Distribuição na avenida dos Estados, ao lado do Auto Shopping Global, em Santo André. No entanto, segundo Klein, pontos negativos do local – como enchentes causadas pelo transbordamento do Tamanduateí, vias de acesso mais estreitas e acesso mais prejudicado – fizeram com que se buscasse uma área mais próxima de uma rodovia. O terreno em Santo André tem 117 mil m² e o preço de mercado do m² é de R$ 200.

“Nem foi tanto pelo preço. Colocamos na balança as vantagens e desvantagens e concluímos que lá seria a melhor alternativa. A via Anchieta está mais livre de imprevistos em relação à avenida dos Estados. Afinal, avaliamos também que é essencial ter população ao redor. Gente para trabalhar, com transporte público eficiente, além de ruas em boas condições”, diz Klein.

Além das vantagens na questão logística, a compra do terreno foi um bom negócio, na avaliação da Acigabc (Associação das Construtoras, Incorporadoras e Administradoras do Grande ABC). Isso porque o preço de mercado do m² daquela região é R$ 120, valor que, se tivesse sido levado em conta na transação, elevaria o preço para R$ 43 milhões.

De acordo com Milton Bigucci, presidente da Acigabc e empresário do setor imobiliário, a negociação estava bem adiantada, mas a empresa optou pelo terreno em São Bernardo. “A área se enquadrava nos moldes necessários para construção de um centro de distribuição, já que está em local de acesso estratégico aos municípios da região, ao lado da rede ferroviária”, explica Bigucci.



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