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Navio movido a GNL é a novidade

Costa amplia sua atuação no mercado brasileiro e terá 22 noites a mais do que em 2018/2019

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
18/09/2019 | 21:47
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A crescente procura de turistas brasileiros por cruzeiros marítimos (leia mais abaixo) tem feito as grandes companhias olharem com mais carinho para o País. Nesta semana a Costa Cruzeiros, empresa de origem italiana, trouxe pela primeira vez ao Brasil seu presidente global, Neil Palomba, para anunciar as novidades da temporada 2019/2020 e também comemorar a inauguração do seu primeiro navio movido a GNL (Gás Natural Liquefeito), o combustível fóssil mais limpo do mundo.

Entre as novidades anunciadas está a programação mais extensa de cruzeiros na América do Sul nesta temporada. No total, a Costa vai disponibilizar 22 noites a mais de navegação do que no período correspondente a 2018/2019, além de incluir uma inédita programação de Páscoa. A demanda será atendida pelos navios Costa Fascinosa e Costa Pacifica – o primeiro estreia dia 7 de dezembro saindo do Porto de Santos, já o segundo terá como primeiro roteiro a celebração da virada do ano em Copacabana, no Rio de Janeiro.

“A América do Sul é um mercado estratégico para a Costa Cruzeiros. Na próxima temporada, teremos 22 dias adicionais de operação, navegando quase um mês e meio a mais em comparação à temporada anterior. Depois de muitos anos, ficamos felizes por operar em águas brasileiras até meados de abril”, comemorou o presidente executivo da empresa para a América do Sul e Central, Dario Rustico.

NOVIDADE NO SETOR
A Costa também comemora o lançamento do Smeralda, seu primeiro navio movido a GNL. Ele está em fase final de construção na Finlândia e inicia atividades no dia 30 de novembro, partindo de Savona, na Itália. O itinerário ainda conta com uma semana no Mediterrâneo Ocidental, com embarques em Savona e visitas a Marselha (França), Barcelona (Espanha), Palma de Maiorca (Espanha), Civitavecchia (Itália) e La Spezia (Itália).

O navio representa grande avanço ambiental ao reduzir significativamente as emissões de óxido de nitrogênio e CO2 (dióxido de carbono) e melhorar a qualidade do ar, uma vez que evitará em quase sua totalidade as emissões de partículas de óxido de enxofre no mar e no porto. “Esse navio representa uma grande inovação para o mercado e um passo importante para estabelecer novos padrões para o setor de cruzeiros”, destacou Neil Palomba.

Além da preocupação ambiental, o Smeralda é bastante luxuoso. Todos os seus decks e áreas públicas foram nomeados e projetados com base em icônicos locais italianos. A oferta gastronômica a bordo apresentará as melhores tradições culinárias italianas. O navio terá 11 restaurantes, 19 bares, área de spa com 16 salas de tratamento, um parque aquático com toboáguas, quatro piscinas e um espaço dedicado para as crianças. O Costa Smeralda também terá seu próprio museu: o CoDe (Costa Design Museum), ressaltando a excelência do design italiano. Ainda não existe previsão de quando esse navio virá ao Brasil.

Empresa anuncia terceiro navio para operar a partir de 2020

A temporada 2019/ 2020 ainda nem começou e as empresas já focaram no planejamento para os próximos anos. A Costa anunciou expansão de sua oferta no Brasil em 2020/2021 com a inclusão de um terceiro navio em águas brasileiras, o Costa Luminosa.

A embarcação tem capacidade para 2.826 hóspedes, pesa 92 mil toneladas e fará, pela primeira vez, temporada completa em águas sul-americanas, unindo-se ao Costa Fascinosa e ao Costa Pacifica. “A vinda do Costa Luminosa na temporada 2020/2021 reflete o compromisso da Costa em seguir investindo estrategicamente na América do Sul. É um mercado com grande potencial de crescimento, principalmente em número de viajantes. Vamos buscar gradativamente aumentar a nossa capacidade na região”, afirma e presidente executivo da Costa para a América do Sul e Central, Dario Rustico.

Dedicado à região do Rio da Prata, o Luminosa chega em Santos dia 30 de novembro de 2020 para 12 roteiros de sete noites, com escalas em Buenos Aires e Montevidéu. Até março de 2021, o hóspede também terá a possibilidade de embarcar no navio a partir do porto de Itajaí (Santa Catarina). A embarcação ainda realizará cinco minicruzeiros, de três e quatro noites, com saídas de Santos.

Cruzeiros injetam mais de R$ 2 bilhões na economia

A última temporada de cruzeiros marítimos no Brasil – que teve início em 13 de novembro de 2018 e acabou em 18 de abril de 2019 – causou impacto econômico de R$ 2,083 bilhões na economia do País. Esse número, que engloba gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias e também de turistas e tripulantes, foi 16,2% maior em comparação ao período 2017/2018, com acréscimo de R$ 291 milhões. Os dados fazem parte de levantamento inédito realizado pela Clia Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) em parceria com a Fundação Getulio Vargas.

Foram 841 dias de navegação (5,4% a mais que na temporada anterior), com sete navios operando na costa brasileira, transportando 462 mil turistas (crescimento de 10,5% ante os 418 mil anteriores) por 14 destinos nacionais (Santos, Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Recife, Maceió, Angra dos Reis, Porto Belo, Cabo Frio, Ubatuba e Balneário Camboriú) e por outros três na América do Sul: Argentina (Buenos Aires) e Uruguai (Montevidéu e Punta del Este).

“Esse é o segundo período de alta e a tendência é continuar crescendo nos próximos anos. A grande questão é que, ao lado dos dados positivos, existe a constatação de que os números poderiam ser bem melhores, com avanços e ajustes na regulação, infraestrutura e desenvolvimento de novos destinos. O objetivo da Clia é melhorar o ambiente de negócios para atrair mais navios, abrir portas para os destinos, fortalecer o turismo e ter parceria de sucesso com o País”, enfatiza Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.

O levantamento ainda mostra que o gasto médio por passageiro com a compra do cruzeiro foi de R$ 2.929, e o tempo médio da viagem foi de 5,5 dias. Além disso, o estudo mostra que o impacto econômico médio gerado por cada cruzeirista nas cidades de escala foi de R$ 581,35 (na última temporada havia sido R$ 515).

O crescimento desta modalidade de turismo no Brasil segue tendência internacional. De acordo com a UNWTO (Organização Mundial do Turismo, em português), as viagens no mundo atingiram patamar de 1,4 bilhão de chegadas internacionais de turistas em 2018, 6% superior ao número de 1,3 bilhão de 2017.

Como vem ocorrendo ao longo dos anos, o setor continua sendo impulsionado pelo aumento da quantidade e pela diversificação de roteiros. Em 2019, o setor ganhará 24 novos navios e capacidade adicional de 42.466 pessoas e, em 2020, mais 25 novos navios já estão previstos, com capacidade adicional de 43.080 turistas.

Segundo a Associação Internacional de Cruzeiros, em 2018 o número de cruzeiristas no mundo foi de 28,5 milhões. Em dez anos, a procura por viagens a bordo de um navio aumentou pouco mais de 60%, passando de 17,8 milhões em 2009 para 28,5 milhões atuais.

PERFIL DO VIAJANTE
Para 86,2% de cruzeiristas existe o desejo de realizar nova viagem e quando perguntados sobre o destino de preferência no Brasil, 58,1% deles informaram o Litoral do Nordeste e, em seguida, aparece a costa Sul, com 16%. No Exterior, 37,7% dos cruzeiristas indicaram o Caribe como preferência de viagem.

A pesquisa ainda mostra que a indicação de amigos e parentes (28,8%) e os preços vantajosos (12,1%) foram os principais fatores de influência na decisão por um cruzeiro.  




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