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Ao completar dez anos, Lei Seca ainda é criticada por jovens

Legislação obriga fechamento de bares e similares até as 23h

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
16/09/2012 | 07:00
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A Lei Seca, que obriga o fechamento de bares e similares até as 23h, completa hoje dez anos de implantação em Mauá. Se os índices de violência caíram, conforme apontam as estatísticas da SSP (Secretaria de Segurança Pública), a insatisfação, principalmente do público jovem, é evidente.

"Acho ridículo esse tipo de coisa, proibir a gente de sair e beber. Não adianta nada fechar boteco em favela e deixar os chiques abertos, com o povo enchendo a cara à vontade", disse a estudante Letícia de Medeiros, 25 anos, em referência aos estabelecimentos que tem licença especial de funcionamento. A opinião da jovem foi apoiada por amigos enquanto bebiam cerveja na Avenida Portugal.

Apesar da desaprovação do público, os comerciantes são a favor da lei. Dono há seis anos de bar de rock de sucesso na cidade, Aleks Rocker, 39, precisou contratar segurança particular, fechar a entrada, colocar isolamento acústico e sistemas de vigilância para obter a licença. O custo, segundo ele, é válido. "A Prefeitura não proíbe as pessoas de abrir bares, mas exige adequação."

Para Rocker, a lei trouxe outro perfil de estabelecimento. "O público mudou. Hoje as pessoas saem de São Caetano e Santo André para vir aqui. Temos excelentes casas de referência em todos os estilos. Antes existia preconceito muito grande com a cidade."

A Prefeitura informou que dez guardas civis municipais são responsáveis pela fiscalização, mas não especificou quantos estabelecimentos foram autuados neste ano, e tampouco fez o balanço dos dez anos de lei.

Mesmo sem a alta redução de homicídios registrada em Diadema, que possui legislação semelhante, houve queda no número de assassinatos: de 184 ocorrências em 2001, foram 47 no ano passado. Em outras áreas, como furto e roubo, houve aumento: de 4.316 para 5.345. "Observo que a lei tem sido cumprida e respeitada", disse o prefeito da cidade, Oswaldo Dias (PT).




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