Economia Titulo
Etanol entusiasma os especialistas
Daniel Trielli
Sucursal Diadema
02/07/2007 | 07:08
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É um tanto simbólico que no seminário Combustíveis Automotivos – Situação Atual e Perspectivas de Futuro, realizado pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) na semana passada, o etanol tenha sido o foco das discussões. Da programação do evento – que reuniu na Capital representantes de empresas de distribuição e produção de combustíveis, além de montadoras e outras entidades – grande parte foi para debates relacionados ao desenvolvimento e sobre as perspectivas do álcool combustível (seja nos carros ou até em ônibus).

Não é para menos. Como apontou o assessor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Alfred Szwarc, o uso do etanol no Brasil aumenta cada vez mais. Ele cita os US$ 17 bilhões em investimentos em unidades produtivas (usinas de cana-de-açúcar) até 2012. Desses, US$ 14 bilhões serão em novas fábricas e o resto, para ampliar a capacidade de usinas já construídas.

O Estado de São Paulo é responsável pela maior parte da produção no País (62%). No entanto, Szwarc prevê que isso comece a mudar daqui para frente. “A gente vai ver uma diminuição da participação relativa de São Paulo por causa do crescimento de outros Estados, como o Mato Grosso.”

Sobre o lado do consumidor, Szwarc ressalta que o motorista não está aproveitando as quedas no preço do álcool nas usinas por conta da cadeia intermediária entre o produtor e a bomba nos postos de gasolina. “Desde abril, o preço do álcool na porta da usina caiu 40%. Estranhamente, para o consumidor caiu só 9%.”

Mesmo com esses gargalos, o consumo de etanol combustível aumenta cada vez mais. Hoje, 26,2% de toda a demanda de combustíveis no Brasil é de álcool hidratado (para abastecimento direto). Isso sem contar os 15,3% de anidro (sem água) que são misturados à gasolina, na proporção de 25%.

Mas, com seu preço competitivo, o GNV (Gás Natural Veicular) também ganha espaço, com 7,4% do mercado. Para Szwarc, no entanto, trata-se de um combustível com muitos pontos negativos. “As notícias que vêm da Bolívia sempre preocupam, especialmente no Estado de São Paulo, onde 75% do gás natural é boliviano”, diz. “O gás natural tem de ser usado prioritariamente em outras aplicações, como geração de energia e aquecimento residencial”, defende.

Como o gás é um combustível fóssil e finito, os ganhos ambientais também estão do lado do álcool. “Todos têm acompanhado a importância que se dá para o aquecimento global e o que se pode fazer”, diz o assessor. “Hoje se discute muito a sustentabilidade dos combustíveis, e o etanol é uma alternativa.”




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