Por viver em área irregular, moradores da viela João Varim, na Vila Assis Brasil, em Mauá, tem de conviver com ratos, baratas, mosquitos, mau cheiro, enchentes e até tentativas de estupro. Eles admitem que as casas são clandestinas, mas dizem estar prontos para negociar com a Prefeitura a regularização da área. A administração municipal informa que há um projeto para a região.

A viela é um caminho de terra que segue córrego até a rua João Varim. Por não ter nome, os próprios moradores deram à viela o mesmo nome da rua. Existem cerca de dez casas em cada margem do córrego. O caminho de terra é úmido e cheira mal. As paredes das casas – a maioria de alvenaria – têm as marcas da última enchente. A água e a energia elétrica chegam às moradias via ligações clandestinas. Não há saneamento básico e os canos de esgoto das casas levam a sujeira para o córrego.

Os moradores dizem que a viela é usada pelas crianças para encurtar em 1,5 km a caminhada feito para a escola da região, na avenida Queiroz Pedroso, no alto do bairro. “Sabemos que tudo aqui é irregular. Mas temos disposição de mudar isso e queremos ajuda da Prefeitura. De vez em quando, vem vereador aqui e faz reunião com a gente. Mas moro aqui há 5 anos e até agora nada”, conta o morador José Maria Martins. “Quando chove, a água suja transborda e invade o caminho. Fica intransitável. As crianças têm que dar uma volta enorme para chegar à escola”.

Segundo o aposentado Josias Pereira de Lima, vizinho de Martins, o principal problema é a falta de higiene. “Não dá pra contar quantos ratos e baratas existem aqui. Ratos grandões. É uma situação muito ruim, compromete nossa saúde, principalmente a das crianças. Uma vez apresentaram um projeto para canalizar o rio e calçar a viela com concreto. Queremos isso”, afirma. Lima destaca também a falta de segurança na região, principalmente à noite. “Já aconteceram dois casos de estuprador tentando atacar crianças voltando da escola”.

Intervenções – A Secretaria de Serviços Urbanos de Mauá informa que já foi elaborado um estudo pela Prefeitura visando facilitar a circulação de pedestres na viela. A Prefeitura afirma que o projeto está em fase de orçamento, e prevê a canalização do córrego com tubos de concreto armado. Posteriormente, ainda de acordo com a Prefeitura, será feita a pavimentação do local e a interligação com a avenida Queiroz Pedroso – endereço da escola estadual para onde as crianças que usam a viela se dirigem. A Prefeitura não informa a data da conclusão das obras.