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Cachoeira é hostilizado por grevistas da PF em Brasília
Por Do Diário OnLine
Com AE
16/04/2004 | 00:37
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O empresário lotérico Carlos Augusto Ramos ('Carlinhos Cachoeira') foi hostilizado por grevistas da Polícia Federal no depoimento que prestou nesta quinta-feira à tarde, em Brasília, na Superintendência da corporação. Ele prestou esclarecimentos na sindicância interna que apura supostas irregularidades do delegado Giacomo Santoro no depoimento que Cachoeira prestou ao procurador José Roberto Santoro, na Procuradoria Geral da República, durante a madrugada, em circunstâncias impróprias.

A ida de Cachoeira à Superintendência da PF ocorreu sem qualquer alarde e quase passou despercebida. Mas agentes da corporação que estão em greve perceberam a visita 'ilustre' quando faziam um piquete na entrada do prédio. O grupo cercou o bicheiro e o hostilizou. Muitos diziam que iram "pegá-lo" assim que a paralisação da categoria acabar.

Assustado, o bicheiro entrou no carro e com dificuldade atravessou o piquete.

Às escuras - Cachoeira informou à PF que compareceu espontaneamente ao depoimento, prestado ao Ministério Público em circunstâncias estranhas na madrugada do dia 8 de fevereiro. Ele confirmou que, embora pressionado, não entregou aos procuradores da República José Roberto Santoro, Marcelo Serra Azul e Mário Lúcio Avelar cópia da fita de áudio, gravada em 2002, em que o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz lhe pede propina e doações de campanha para candidatos do PT.

Cachoeira foi interrogado por cerca de 1h pelo delegado Wenderson Gomes, corregedor da Polícia Federal, na sindicância que apura as circunstâncias da participação do delegado Giacomo Santoro no citado depoimento, sobre o qual recaem suspeitas de ilegalidades. O procurador usa no interrogatório expressões como "ferrar o ministro José Dirceu (Casa Civil)" e "derrubar o governo do PT". O suposto bicheiro disse que Giacomo não interferiu no depoimento e negou que seja de sua autoria a fita de vídeo, divulgada pela Rede Globo de Televisão, em que o procurador aparece lhe fazendo pressões.

O depoimento, no qual o procurador Santoro usa expressões comprometedoras para obter a fita incriminadora de Waldomiro, é questionado pelo Procurador-Geral da República, Cláudio Fonteles, por causa do horário - de madrugada - e das circunstâncias em que foi tomado. A PF também abriu sindicância para saber se houve alguma ilegalidade na participação do delegado Giacomo que, apesar do sobrenome, não é parente do procurador, embora os dois trabalhem quase sempre juntos.

O advogado de Cachoeira, Raimundo Hermes Barbosa, informou que seu cliente comparecerá à acareação com Waldomiro, determinada pela CPI da Loterj, no Rio. Ele disse que não tem nada a esconder e em todos os momentos tem colaborado com o Ministério Público e a polícia. Waldomiro, também por meio do advogado, Luiz Guilherme Vieira, mandou dizer que está pronto para a acareação, na qual pretende provar que Cachoeira "tem, sim, muito a esconder".




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