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ONG tenta brecar rodeio de Mauá
Por Fabrício Calado Moreira e Teresa Pimenta
Do Diário do Grande ABC
17/09/2005 | 07:18
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A menos de uma semana de sua realização, a Festa do Peão de Boiadeiro de Mauá foi questionada na Justiça. A Mountarat (Sociedade de Proteção Ambiental) entrou com representação no MP (Ministério Público) contra a realização do evento, previsto para acontecer entre os dias 21 e 25 deste mês, na avenida Papa João XXIII.

Entre os argumentos para responsabilizar a municipalidade, a entidade alega que a Prefeitura descumpre o decreto estadual 40.400/95, que proíbe rodeios no perímetro urbano, diz também que o departamento responsável pela emissão de autorização para eventos deste porte da Secretaria Estadual da Agricultura não emitiu alvará à administração para a realização do rodeio.

Por meio de nota, a Coordenadoria de Comunicação informa que a Prefeitura encaminhou sexta-feira resposta ao MP. No ofício, a administração nega desrespeito ao decreto estadual, já que – segundo a Prefeitura – o rodeio está previsto para ser realizado em área industrial. Sobre a falta de alvará, a administração diz que a autorização ainda não foi expedida em decorrência do trâmite normal na secretaria de Estado da Agricultura. A nota visa ainda que a Prefeitura não é organizadora do evento, apenas o apóia.

O idealizador da festa do peão de boiadeiro em Mauá é o mesmo que organiza a de Diadema: Isaías da Silva, dono da Markas Produções e Eventos, de Santo André. Além do rodeio, o evento terá também shows com artistas sertanejos.

Baixo quórum – Em Diadema, o esperado duelo entre grupos a favor e contra a realização de rodeios na cidade virou um monólogo dos defensores dos animais. Sob a proteção de quatro viaturas e 12 homens da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, apenas 50 pessoas estiveram sexta-feira no plenário da Câmara. As "comitivas" dos pró-rodeios boicotaram a audiência pública para discutir o assunto. O reforço policial foi solicitado pelo vereador Milton Capel (PMDB), autor do requerimento ao MP que deu origem à audiência, ao ser informado que "dezenas de comitivas" iriam comparecer e poderia haver confronto.

Segundo o vereador Láercio Soares (PC do B), um dos apoiadores do evento, a festa acontecerá de qualquer maneira. "Se a Promotoria impedir a montaria, teremos shows e outras atrações", afirmou. A festança está programada para novembro. O presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), Virgílio Alcides de Farias, esteve na audiência e disse que a ausência dos pró-rodeio é uma prova de que eles sabem que é impossível realizar o evento. "A lei estadual proíbe montarias em perímetros urbanos, como Diadema".

Dos 17 vereadores, oito ouviram as explicações da bióloga Sônia Fonseca, presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais; da advogada Ana Maria Pinheiro; da promotora de Justiça Vânia Tuglio, do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente, e outros ativistas dos direitos dos animais. Foram apresentadas fotos e vídeos que comprovam maus-tratos a que são submetidos cavalos e touros que participam de rodeios.




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