Em seu último discurso como deputado federal, o ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB) não poupou críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), contestou o modelo político vigente e exaltou as manifestações de junho de 2013.

O tucano, depois de fazer prestação de contas dos projetos apresentados nos quatro anos de mandato na Câmara Federal, afirmou estar “indignado” com a situação “política e social” atual. “O direito de ficar indignado é a força que impulsiona o povo para as grandes mudanças, pois somente quem tem esperança e almeja situação melhor demonstra essa indignação”, dissertou.

Vice-presidente da comissão especial que debateu a reforma política no Congresso, Dib reclamou do inchaço de quadros partidários e alfinetou o PT, seu rival em São Bernardo.

“Infelizmente constato, com pesar, como partidos que nasceram e levantaram a bandeira da ética e da moralidade, estão praticando as maneiras mais baixas de fazer política no Brasil, se envolvendo nos piores escândalos de corrupção da história do País”, declarou. “Neste quadro político, os governos reduziram as suas ações a um simples ato de negociar a governabilidade proporcionada por maiorias heterogêneas no Congresso. E, na maneira pragmática de relacionar-se com o Legislativo, têm abusado de distorções, como a edição das medidas provisórias e a política do ‘toma-lá-dá-cá’”, criticou.

Depois de ficar seis anos como prefeito de São Bernardo, Dib se lançou candidato a deputado federal em 2010, pelo PSDB. Foi eleito com 113.823 votos, porém optou por não renovar seu mandato, sob argumento de desilusão com a morosidade do Congresso Nacional e com pressão do governo para prejudicar discussões internas que resultariam em alteração do modelo vigente.
Ao falar sobre as manifestações de junho de 2013, Dib lembrou dos black blocs, grupo mascarado que mais vandalizou do que protestou, mas comentou que nem mesmo esses atos puderam diminuir o tom de revolta do povo brasileiro com a condição política do País.

O tucano, por fim, considerou que o Brasil voltará aos trilhos com investimento maciço em Educação. “Porém, para fortalecer a democracia, temos de investir na Educação do povo, pois somente a Educação dá conhecimento, cidadania, ética, tecnologia e capacitação profissional, como fez a Coreia do Sul. No Brasil, o ensino lamentavelmente ainda não trilhou esse caminho.”