Ela criou um site na internet (www.malaran.com/wtc) para divulgar seu ensaio fotográfico, feito a partir da visão da janela de seu quarto, com as torres gêmeas do World Trade Center. Cynthia vive no mesmo apartamento em Manhattan, Nova York, desde que nasceu, e esta vista é muito especial para ela. O ensaio foi iniciado há dois anos. Tem belas imagens de várias épocas e condições diferentes, sempre da mesma cena, terminando com a fumaça e a queda das torres.
“Não imaginava que o cenário mudaria. Mas estou determinada a não fazer deste evento o fim do trabalho, mas o meio. Aguardarei a reconstrução.” Cynthia ainda se sente abalada e amedrontada sobre a tragédia. “Meus amigos e família pensam o mesmo. Mais de 75 mil pessoas pelo mundo visitaram meu site e milhares assinaram o guestbook, procurando por alívio, me agradecendo e me confortando também.”
Os nova-iorquinos estão tristes, zangados, com medo. Alguns com sentimento de vingança, outros, conformados. “É difícil para mim passar pelos cartazes de desaparecidos. Desde o ataque, as pessoas estão silenciosas. Acredito que por respeito, não só pelos que morreram, mas pela parte de nós que morreu com eles”.
Seja qual for o sentimento, heroísmo está em alta, e violência e terrorismo em baixa (a HQ The Authority: Widescreen, que mostrava a destruição de parte de Nova York, foi cancelada). A primeira publicação a homenagear bombeiros e policiais que morreram ajudando a salvar vidas será uma edição especial da Marvel Comics, chamada Heroes. Terá 64 páginas, cada uma desenhada por um artista diferente e contará com vários roteiristas.
Stan Lee, Frank Miller, Todd McFarlane, Alex Ross, Neil Gaiman, Bill Sienkiewicz e muitos outros confirmaram participação. A gráfica Quebecor se ofereceu para imprimir gratuitamente. O lançamento está previsto para dia 17 de outubro nos Estados Unidos, com preço estimado em US$ 3,50. A arrecadação será revertida ao Corpo de Bombeiros, ao Departamento de Polícia e à Cruz Vermelha. A DC Comics relançou um pôster colorido do Super-Homem, feito em 1942 para homenagear os mortos em Pearl Harbor em 1941, com os dizeres “Nós saudamos os heróis da América”.
O atentado não ficará de fora dos gibis. O mais nova-iorquino dos heróis, o Homem-Aranha, protagonizará a primeira história com referência direta ao ataque terrorista ao World Trade Center. Enquanto isso, nas telas, Homem-Aranha, o Filme, não terá mais as cena na qual um helicóptero fica preso em uma teia gigante entre as duas torres.
No teatro, sabe-se que o diretor brasileiro Gerald Thomas, radicado em Nova York, pretende usar escombros do WTC nos cenários de sua nova peça, O Terceiro Subsolo.
Explosões e violência devem ceder lugar a comédia e romance no cinema, que costuma mudar de parâmetros após tragédias nacionais nos Estados Unidos. Com o assassinato de John Kennedy em 1963, filmes família foram os preferidos do público para superar o trauma, como A Noviça Rebelde. Durante a Segunda Guerra, fitas sobre o empenho do país em lutar contra a tirania entraram na ordem do dia. Hoje, sobram indefinições, como o destino de A Última Fortaleza, de Steven Spielberg, cuja campanha publicitária (que mostrava a bandeira norte-americana de cabeça para baixo), foi adiada.
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