O PDT assumiu ontem que terá papel de coadjuvante na região para a disputa eleitoral do ano que vem. A confirmação partiu do secretário-geral do partido no Estado e secretário da Coordenação das Subprefeituras da Capital, Luiz Antônio Medeiros, durante ato de filiação coletiva em Santo André, ocorrido na Câmara.

Entre os filiados, o destaque ficou para a secretária de Esportes do governo Carlos Grana (PT), a ex-jogadora de basquete Marta Sobral, o chefe da Pasta do Trabalho na administração andreense, Cícero Martinha, que estava no PT, além do ex-vereador Carlos Raposo, que deixou o PCdoB. Presidente nacional do PDT e ex-ministro, Carlos Lupi não confirmou expectativa e faltou à atividade.

De acordo com Medeiros, a sigla deve assumir o protagonismo somente em Mauá e destacou o nome do vereador Cincinato Freire – que pode recuar no plano. “Vamos caminhar com o Grana aqui (em Santo André) e em São Bernardo vamos estar ao lado do candidato do (prefeito de São Bernardo, Luiz) Marinho (do PT). Em Mauá, devemos definir o Cincinato no decorrer do mês. Acho que será a candidatura da região”, avaliou.

No cenário de Santo André, Medeiros projetou que a meta é aumentar bancada de vereadores, hoje representada somente por Carlos Ferreira. “O que o Grana vem realizando na cidade tem sido fundamental para o desenvolvimento. Por isso, anunciamos a nossa adesão. Estamos nos fortalecendo para contribuir com a continuidade do seu trabalho”, adicionou o dirigente.

O ato foi prestigiado por aproximadamente 100 pessoas, entre dirigentes vereadores e lideranças da sigla na região. Grana exaltou a oficialização da parceria, tecendo elogios à direção pedetista, que é presidida por Sivaldo Pereira, o Espirro. O chefe do Executivo andreense revelou que a legenda o procurou para oficializar apoio à sua reeleição. “Foi uma procura deles e eu recebi com profunda felicidade, uma vez que o partido está se reorganizando. Espero que isso motive as demais siglas que queiram nos apoiar. Minha meta é dobrar o número de aliança que tivemos em 2012 (sete partidos estavam no arco de aliados do petista) para possibilitar uma governabilidade com muita participação”, disse.

O presidente do PT de Santo André, deputado estadual Luiz Turco, também presente no evento, destacou a filiação de Martinha, além de ressaltar composição com o partido. “O Martinha sempre foi uma pessoa de projeto. Nos conhecemos desde a fundação do PT e sua volta do PDT alinhará ao nosso trabalho. Sua participação no governo tem sido importante”, considerou.

Em S.Bernardo, sigla se desarticula sobre eleição

O PDT de São Bernardo está rachado sobre posicionamento para a eleição do ano que vem. A falta de sintonia é protagonizada pelo presidente municipal da legenda, o ex-deputado federal Edinho Montemor, e o único vereador do partido na cidade, Ramon Ramos.

Na semana passada, Edinho, em reunião com integrantes do diretório, anunciou pelo Facebook que a legenda trabalhará por projeto de candidatura própria no município. Hoje, está integrada ao arco de sustentação do prefeito Luiz Marinho (PT).

O encontro pedetista, porém, não contou com a participação de Ramon. O parlamentar está integrado ao G-9 – bloco de vereadores independentes –, que chegou a anunciar empreitada ao Paço, em chapa liderada por Rafael Demarchi (PSD) e Mauro Miaguti (DEM), de vice. Porém, não tem demonstrado otimismo com lançamento de projeto próprio do PDT.

Em tentativa de negar racha com Ramon, Edinho reforçou que a possibilidade de lançar candidatura solo foi destacada depois de conversas internas e diálogo com moradores da cidade. “O cenário que se desenha não é novidade. Temos dois bons deputados, mas que não têm experiência com Executivo e indicação do prefeito que precisa ser mais conhecida. O que constatei em muitas conversas com empresários, professores e trabalhadores é que se espera um candidato novo”, disse, em referências às possíveis candidaturas dos deputados Alex Manente (PPS) e Orlando Morando (PSDB) e do secretário de Serviços Urbanos , Tarcisio Secoli (PT).

Sem citar nomes, o dirigente garantiu que trabalhará para conseguir viabilizar chapa majoritária. “Temos boas opções que podem liderar uma empreitada como essa. A pesquisa do Diário mostrou que 80% dos entrevistados não souberam responder de maneira espontânea em que votariam”, acrescentou, referindo-se ao levantamento eleitoral realizado pelo DGABC Pesquisas – o estudo mostrou Alex na liderança.

Ramon não foi localizado para comentar a crise interna no PDT.