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Guarda municipal de São Bernardo atira em esquizofrênico
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
08/01/2005 | 17:56
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Um guarda municipal de São Bernardo atirou contra um rapaz que sofre de esquizofrenia na favela Oleoduto, no Jardim Silvina. O tiro atingiu as pernas do rapaz, de 18 anos, e a família acusa a Guarda Municipal de despreparo. O comando da corporação afirma que o guarda agiu em legítima defesa.

O tiro foi disparado às 9h da última segunda-feira. O rapaz, Celso Barbosa da Silva, alto e com 120 Kg, sofre de esquizofrenia desde os 13 anos e passou por uma crise nervosa. Ele mora com o pai, o aposentado João Barbosa, 60 anos, a mãe e uma irmã.

Durante a crise, Silva pegou uma faca na cozinha e teria ameaçado se matar. Uma ambulância da Prefeitura foi chamada. Segundo o comandante da Guarda Municipal, Antônio Branco, guardas costumam acompanhar a ambulância para prestar ajuda em casos do tipo. Para essa ocorrência, foram designados uma guarda feminina e um colega.

Os guardas chegaram antes da ambulância. Os familiares de Silva pediram ajuda. A partir daí, começa uma divergência entre o que diz a família e o que afirma o comando da guarda.

De acordo com a família, uma guarda feminina foi tirar a faca de Silva, ele a empurrou e ela caiu no chão. Em seguida, o outro guarda sacou uma arma e deu o tiro. “Foi um atitude desnecessária, não era preciso atirar”, diz a tia de Silva, Maria José Barbosa, 44 anos.

Segundo o comandante da Guarda Municipal, o rapaz deu uma facada que atingiu o colete da guarda. “Ele é forte e estava muito agressivo. A guarda corria risco de agressão. O colega agiu em legítima defesa. O ideal seria que não atirasse, mas foi uma decisão que precisou ser tomada em fração de segundos”, afirmou Branco. O comandante também afirma que os guardas deveriam esperar reforço para deter o rapaz. A família nega que ele deu uma facada na guarda.

No 6º DP da cidade, foi registrado boletim de ocorrência de tentativa de homicídio, no qual o rapaz aparece como indiciado. Silva foi levado ao Hospital Anchieta e permanece internado, sem risco de morte, mas pode perder o movimento de uma das pernas. Na porta do quarto, um PM faz escolta. Quando tiver alta, Silva deve ir para um centro psiquiátrico.



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