Economia Titulo Paralização
CPTM: 60% dos trens terão de funcionar

Cerca de 6.000 ferroviários iniciam paralisação por reajuste salarial e Justiça ordena frota parcial dos trens

Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
17/10/2009 | 07:00
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Cerca de 1.000 trabalhadores da CPTM (Paulista de Trens Metropolitanos) compareceram à assembleia, realizada ontem na Estação Júlio Prestes, em São Paulo, e decidiram entrar em greve a partir da 0h de hoje.

Decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo estipula que 60% dos trens funcionem hoje e 70% amanhã. Caso a decisão não seja cumprida, a multa é de R$ 100 mil por dia.

Como a CPTM presta serviço essencial à população, a desembargadora do TRT, Ivani Contini Bramante, estipulou que oficiais de Justiça fiscalizem o cumprimento da frota mínima. Para os dias de semana, nos horários de pico (das 5h às 8h e das 17h às 19h30), 80% da frota de cada linha deve estar em circulação. Nos horários comuns, a taxa é de 60%. Para os demais finais de semana, 50% da frota de cada linha deve estar em circulação. Neste fim de semana, a frota mínima é maior em decorrência do prêmio de Fórmula I. "Desse modo, deve ser mantido o transporte ao público para não deixar a população à revelia e evitar prejuízos do movimento grevista", declarou a desembargadora.

Segundo o Sinfer (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias), a greve não vai respeitar a liminar e vai parar 100% dos trens, mesmo que tenha de pagar a multa.

A categoria reivindica reajuste salarial de 9,5%, vale refeição no valor de R$ 17 e compensação na PPR (Participação nos Resultados) pelas metas já atingidas desde 2008 e revisão no plano de cargos e salários para todos os ferroviários.

A CPTM, por sua vez, oferece reposição do índice da inflação (4,5%) e um novo mecanismo de remuneração variável. Inspirado no programa de bônus da administração direta, implantado em secretarias do Governo de São Paulo, o sistema de remuneração variável é baseado em metas de desempenho dos empregados e outros critérios objetivos de avaliação da atividade.

"Não admitimos ser tratados como os funcionários do Metrô, uma vez que não somos funcionários públicos. Não vamos aceitar a proposta baseada em metas que sequer sabemos quais são", afirmou o presidente do Sinfer, Eluiz Alves de Matos.

Na segunda-feira, haverá audiência de conciliação entre as partes no TRT. Ao menos até lá, a greve está mantida. Procurada pela reportagem, a CPTM não se pronunciou até o fechamento desta edição.




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