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Rodoanel vai passar debaixo da linha férrea

Empresa que constrói Trecho Leste utilizará tecnologia inédita na região para fazer túnel em Ribeirão Pires

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
16/09/2013 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas vai passar por baixo da linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na altura da Avenida Humberto de Campos, em Ribeirão Pires. A empresa SPMar, que realiza a construção do viário, vai fazer túnel para a passagem da rodovia em morro que sustenta a passagem dos trens. Será o primeira passagem rodoviária sob a Linha 10-Turquesa, que atende as sete cidade do Grande ABC, e a única do tipo nos 43,5 quilômetros de extensão.

A concessionária garante que a intervenção não afetará a circulação dos veículos ferroviários. Para isso, será utilizada tecnologia de engenharia inédita na região, chamada enfilagem. “É um processo não destrutivo onde são implantadas estruturas de suporte no solo – enfilagem e paredes de apoio – e posteriormente ocorre a escavação para passagem dos veículos, preservando as condições da estrutura acima da enfilagem”, explicou a engenheira responsável pelo controle do projeto de construção do Trecho Leste, Viviane Alves Vieira.

Para construir a passagem de 37 metros de extensão sob a linha férrea de Ribeirão Pires, serão utilizados diversos equipamentos: uma perfuratriz rotativa – retopercussiva hidráulica ou pneumática –, bombas de injeção, geradores, compressores, escavadeiras e caminhões. A passagem das pistas do Rodoanel pela Linha 10-Turquesa estão com os serviços preliminares em andamento e as obras estão previstas para começarem neste mês, com conclusão para março de 2014. A intervenção já estava prevista no edital de licitação. Segundo a SPMar, a enfilagem já foi usada, por exemplo, no sistema da CPTM na Estação da Luz e em obras do Metrô na Capital.

A concessionária informou que já entregou os estudos para a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) sobre a implementação de alça de acesso ao Trecho Leste em Ribeirão Pires. De acordo com a empresa, neste momento estão sendo realizados estudos complementares para que seja realizada a aprovação final. Não há previsão de início de obras. A expectativa é que o novo acesso beneficie as Estradas dos Fernandes e a Rodovia Índio Tibiriçá.

Obras

As obras do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas chegaram aos 62% de conclusão. Dentre as intervenções já realizadas no viário destacam-se os 60% do Encontro Leve Estruturado, 90% do Túnel Santa Luzia e 70% dos trabalhos de terraplanagem, com mais de oito milhões de metros cúbicos movimentados. Além disso, a pavimentação em concreto já atingiu 32% do previsto. A concessionária prevê alcançar 89% de avanço da obra até o fim do ano.

O Trecho Leste continua com a previsão de entrega marcada para março de 2014. Segundo a SPMar, o cronograma apresentado pela concessionária ao poder público, em março de 2011, previa 5% da obra no primeiro ano (primeiro semestre de 2012), 40% no segundo ano (primeiro semestre de 2013) e os 55% restantes no terceiro ano (primeiro semestre de 2014).

Atualmente, a obra está com total de 66 frentes de trabalho e emprega cerca de 5.800 pessoas. No Grande ABC, o viário passará por Mauá e Ribeirão Pires. A rodovia também irá cortar Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano. A expectativa é que aproximadamente 48 mil automóveis passem pelo trecho viário por dia, sendo 53% do previsto veículos pesados. O investimento é de R$ 3,2 bilhões, aplicados na construção, desapropriações, reassentamentos e projetos ambientais.

Rodovia exibe primeiros contornos

O Diário foi o primeiro meio de comunicação impresso a percorrer os canteiros de obras do Trecho Leste do Rodoanel na atual fase de conclusão. Além de equipamentos, caminhões, operários e muita poeira, já é possível avistar alguns trechos em forma de rodovia, com asfalto pavimentado e possibilidade de circular de carro tranquilamente. Os pontos que apresentam mais avanços são nas proximidades da interseção com o Trecho Sul, em Mauá.

Segundo a SPMar, em Ribeirão Pires já foram asfaltados aproximadamente 3,2 quilômetros. Nos 11 quilômetros da rodovia que passarão por Ribeirão Pires e Mauá haverá a utilização de aproximadamente 100 mil toneladas de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente).

A expectativa é que se faça 20 mil toneladas de asfalto por mês (8.000 m³). Se consideradas as duas pistas, formadas cada uma por três faixas com 3,60 metros, um acostamento de três metros e um metro de refúgio, o avanço esperado de pavimentação nesse trecho da região é de 1,8 quilômetros

por mês.

Em todo o Trecho Leste, está prevista a utilização de 220 mil toneladas de asfalto (88.000 m3). Esse material foi produzido através da brita obtida durante a escavação do túnel Santa Luzia, em Ribeirão Pires.




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