Economia Titulo Por causa da pandemia
Dia das Mães vai ser amargo para o varejo

Estudo projeta R$ 36 milhões a menos em vendas neste ano, na comparação com 2019

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
01/05/2020 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


 A pandemia provocada pelo novo coronavírus amarga as expectativas de muitos setores, entre eles o comércio. E as perspectivas não são das melhores. Uma vez que o segmento não tem previsão de reabertura por causa do isolamento físico, o Dia das Mães, segunda melhor data para o setor, deve ter fluxo comercial 30% menor do que o mesmo período de 2019, o que representa R$ 36 milhões a menos – passando de R$ 129 milhões para R$ 93 milhões entre as sete cidades. Esse montante é o menor desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita. A projeção é da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras), realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo.

A queda na renda das famílias (46% delas na região tiveram a quantia comprometida, sendo que 20% viram os ganhos caírem em pelo menos 50%), e a inatividade das lojas são os principais motivos do decréscimo do montante financeiro. “Houve um aumento das famílias que recebem até três salários mínimos, e isso significa retração da renda e, consequentemente, da economia. As pessoas vão priorizar pagar itens do orçamento que sejam essenciais. O comércio é um dos principais setores a sofrer com essa situação, mais, inclusive, do que os setores de serviços e industrial”, analisa o coordenador de estudos do Observatório e professor de ciências econômicas da universidade, Sandro Maskio. 

Segundo ele, até o momento muitos empresários do comércio deram banco de horas, férias e até suspenderam os contratos de seus funcionários neste primeiro mês de quarentena. Mas, com a incerteza sobre quando o setor voltará a abrir e a reagir, a expectativa para os próximos dias é que o número de desempregados deve saltar. “Depois do Dia das Mães, a data que movimenta bastante o setor é o Dia da Criança, que, mesmo assim, tem consumo bastante direcionado, quando são vendidos mais brinquedos. Isso quer dizer que para o comércio atingir números melhores de venda só resta o Natal, em dezembro.” O reflexo é que serão muitos meses de estagnação, desemprego e até mesmo de lojas falidas. 

Outro efeito provocado pelas medidas diante da Covid-19 sobre o domingo do Dia das Mães é a queda no número de pessoas a serem homenageadas. Cerca de 30% (28,9%) dos entrevistados no levantamento afirmaram que deverão presentear menos ou sequer irão comprar presentes.

INTERNET – Graças às compras realizadas pela web o cenário para o Dia das Mães será menos impactado, afinal, 65% dos consumidores entrevistados vão recorrer à internet para adquirir presentes. Mesmo com a opção, do total de consumidores cibernéticos, 42% responderam que o desembolso por lembrança deverá ser de aproximadamente R$ 109, ou seja, valor 26% menor do que aquele gasto no ano passado, já descontada a inflação de 3,3% (IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A internet, em anos passados, representou de 10% a 15% das vendas. 

Vestuário (30%), perfumes e cosméticos (26%) e flores (10%) são as opções mais escolhidas. As principais pessoas homenageadas serão mães (61%), sogras (13%) e avós (11%).

Além de mais consumidores deixarem de lado o presente para a ocasião, o valor gasto por aqueles que ainda conseguem adquirir os presentes é 31% menor comparado à mesma data em 2019. Agora o gasto médio planejado com compras será de R$ 149, contra os R$ 210 no ano passado.




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