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Bairros de S.Caetano estão em pânico com onda de furto de carros
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
08/06/2005 | 07:52
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Os bairros Mauá e Nova Gerti são o novo foco dos ladrões de carro em São Caetano, cidade que teve o maior aumento no número de furtos e roubos de veículos do Grande ABC no primeiro trimestre deste ano. Moradores contam que no mês de maio houve uma “enxurrada” de furtos, principalmente nos arredores do Clube Águia, e dizem que a falta de policiamento é “gritante”. Os freqüentadores da agremiação afirmam que nos últimos 30 dias pelo menos sete pessoas foram vítimas do crime. O delegado titular da cidade, Adilson Aquino, não confirma os números da denúncia, mas diz que a região tem merecido “atenção especial” das rondas de polícia.

Nos primeiros três meses do ano, o furto e roubo de veículos cresceu 48,10% em São Caetano, em comparação ao mesmo período de 2004. A cidade foi a campeã disparada da alta, seguida por São Bernardo, que registrou aumento de 34,13%, e Diadema, com 7,27%, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A média regional foi de 10,37%. As polícias Civil e Militar afirmaram que o aumento acentuado nos dois municípios líderes do ranking foi consequência da “migração” dos assaltantes, que antes atuavam em Santo André. A cidade, em números absolutos, ainda é a primeira colocada neste tipo de crime.

A “migração” dos ladrões de carro também foi a justificativa apresentada pelo delegado titular de São Caetano para o aumento de roubos e furtos nos bairros Mauá e Nova Gerti. “A Polícia Civil intensificou as rondas de averiguação nas duas áreas e, pelo que temos conhecimento, a Militar também faz um policiamento ostensivo na região”, explica Adilson Aquino. Ele diz que a região “mais preocupante” da cidade ainda é a do Imes (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), no bairro Barcelona, que concentra o maior número de ocorrências do gênero.

No Clube Águia, bairro Mauá, os freqüentadores temem atuação dos criminosos que, segundo eles, se transformou em rotina. Segundo vítimas de furto ouvidas pela reportagem, é comum estacionar o veículo na rua Juruá e, na volta, não encontrá-lo. A locutora Raquel Cristiane Chaves, 27 anos, leva o filhos duas vezes por semana o clube para treinar futebol de salão à noite. Ela costuma parar o Kadett vermelho a poucos metros da entrada, para acompanhar a atividade. Na terça-feira passada, por volta das 20h, presenciou o momento em que o carro era levado. “O bandido estava dando a partida quando cheguei na porta do clube. Um Voyage azul dava cobertura”, relata.

Dois dias depois, a polícia encontrou o Kadett furtado no bairro Nova Gerti. “Meu carro estava com problema na injeção e falhava. O ladrão não deve ter conseguido andar muito, e abandonou logo depois. Ainda bem, porque eu não tinha seguro.” Ela conta que foi informada por um guarda municipal que, só naquela noite, mais quatro pessoas haviam prestado queixa por furto de veículos na mesma área. O aposentado Divino Vilhena, 56, não teve a mesma sorte de Raquel. Há cerca de um mês, parou o Gol bege na rua Juruá, e foi furtado, por volta do mesmo horário. “Não achei meu carro e também não tinha seguro. Estou a pé. Nunca vejo viatura fazendo ronda por aqui.”

Apesar de reconhecer os bairros Mauá e Nova Gerti como áreas que merecem mais “cautela”, o delegado titular de São Caetano diz que só duas ocorrências de furto e roubo foram registradas na rua Juruá desde o início do ano. Segundo Aquino, a informação consta do Infocrim, o banco de dados sobre índices de criminalidade da Secretaria de Segurança Pública.




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