O PT de São Caetano protocolou ontem três pedidos de investigação judicial no Ministério Público e Justiça Eleitoral sobre o uso da imagem da sigla pelas coligações encabeçadas pelo PMDB e PTB dos prefeituráveis Paulo Pinheiro e Regina Maura Zetone, respectivamente.

Dois dos pedidos foram assinados pelo diretório municipal do partido. Uma delas é referente a panfletos que associam o PT ao candidato do PMDB e são assinados pelo PTB. Essa também inclui material do candidato ao Legislativo do PCdoB Eder Xavier, que lembra o vídeo entre o vereador Edgar Nóbrega (PT) e o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM), em que o petista teria vendido a sigla por R$ 100 mil que o elegeriam ao comando da legenda e garantiriam oposição branda. As imagens de 2009, divulgadas há cerca de um mês, forçaram Edgar a renunciar à disputa pelo Paço.

O segundo item do diretório petista recolheu os panfletos apócrifos em que são associados ao PMDB de Pinheiro.

O terceiro pedido é assinado pelo candidato a vereador petista Ricardo Rios. A ação pede a autoria do telemarketing que, identificado como instituto YPP, deu como certo o apoio do PT a Pinheiro em sondagem eleitoral. "Queremos investigação o mais rápido possível desse fato, porque depois das eleições já não é mais necessário", analisou Rios.

Organizada como um ato de protesto, a protocolização das ações contou com a presença do presidente local do PT, Marcio Della Bella, de Rios, do também postulante à Câmara José Roberto de Oliveira (PT), além de advogados ligados à sigla. Oliveira já havia reclamado junto ao MPE os fatos duas vezes, porém, a promotoria arquivou os processos.

"Eles nos associam ao Mensalão, mas o PTB da Regina e o PMDB do Pinheiro, além de outros partidos coligados com eles, estão relacionados no caso e sendo julgados no STF (Supremo Tribunal Federal). Não faz sentido, porque nenhum de nós tem ligação com o caso", reclamou Oliveira.

São Caetano é a única cidade da região que o PT nunca governou. As campanhas do PMDB e PTB acreditam que a sigla tenha alta rejeição no município e tentam, como espécie de batata quente, associar o apoio ao adversário.