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Listas de material escolar escondem absurdos
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
14/01/2006 | 08:12
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Correr atrás da lista de material pedida pela escola não é tarefa fácil para os pais. Livros, cadernos, pastas. É preciso ter dinheiro sobrando para cumprir a maratona. Mas o caminho pode se tornar ainda mais tortuoso quando a escola pede itens pouco comuns na lista. Entre as esquisitices, estão lenços e rolos de papel higiênico. No caso do papel, item que já deveria estar embutidos no valor da mensalidade de escolas particulares.

Segundo a Fundação Procon, a definição de itens na lista de material está sob responsabilidade da escola, que tem liberdade para incluir tudo que será necessário para o desenvolvimento do plano pedagógico. Ao fazer a matrícula do aluno, os pais devem se informar sobre os materiais que serão exigidos para evitar surpresas. Entretanto, a orientação é questionar a escola sobre a importância de certos itens solicitados.

Segundo Oswana Famele, presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC, poucos são os pais que tomam esse tipo de iniciativa. "Muitas vezes, esses itens (como papel higiênico) se tornam a gota d'água que faltava. O custo de uma lista de material escolar é alto, livros são caríssimos. Mas o pai encrenca justamente com o lenço, que é super barato perto de outras coisas", diz.

Ainda de acordo com a presidente da associação, alguns itens que podem parecer banais são essenciais para o bom andamento das atividades. "Às vezes, os pais esquecem de pôr na mochila da criança a caixa de lencinho, por isso temos de ter uma aqui. O papel higiênico bem macio tem a mesma função", diz Osvana Famele, que também é diretora de uma escola particular em Santo André.

Mas para a jornalista Ivanilde Sitta, 40 anos, esses itens já deveriam estar embutidos no valor da mensalidade. Mãe de três filhas, ela deve gastar esse ano R$ 1,8 mil só com material escolar. "E olha que esse ano a lista veio bem enxuta, sem absurdos. Houve anos em que tive de comprar papel higiênico. Vê se pode!", questiona Ivanilde. Ela acredita que o problema também é quantidade, que muitas vezes poderia ser diminuída. "Teve uma vez que tive de entregar um bloco com 400 folhas de sulfite. É muita coisa".

Fique atento

Dicas para compra de material escolar

No ato da matrícula, procure se informar sobre os materiais que serão pedidos pela escola.

Em caso de dúvidas com relação aos produtos pedidos na lista, questione a escola sobre a necessidade do material.

Questione a escola sobre a possibilidade de entregar aos poucos a lista de materiais, de acordo com a necessidade.

Antes de sair às compras, verifique quais itens restaram do período letivo anterior e avalie a possibilidade de reaproveitá-los.

Faça uma pesquisa de preços em diferentes estabelecimentos.

Algumas lojas concedem desconto para compras em grandes quantidades. Se possível, vá às compras com um grupo de pais e barganhe.

Caso a forma de pagamento seja à vista, não deixe de pechinchar. Pagamentos com cartão de crédito são considerados à vista, portanto devem receber o mesmo benefício.

Se o pagamento for a prazo, é preciso checar e comparar as taxas de juros para evitar surpresas desagradáveis.

Algumas escolas exigem que o material escolar seja comprado no próprio estabelecimento. Esta prática é abusiva.



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