O edital do concurso público para preenchimento de 21 vagas na Câmara de São Bernardo chegou na semana passada à mesa do presidente Tião Mateus (PT), mas o tema ainda está longe de ser desenrolado no Legislativo. Alguns servidores concursados em cargos de direção ainda mantêm restrições à admissão definitiva de funcionários.

Comenta-se nos corredores da Casa que esses servidores orientaram Tião a contratar empresa terceirizada para executar serviços em áreas nas quais hoje há deficit de trabalhadores, caso do departamento de cerimonial. Eles alegam que haveria economia de valores, pois o pagamento ocorreria somente quando houvesse solenidade na Câmara. Com o servidor concursado, ele receberia independentemente de festejo interno.

A intenção de Tião é abrir ainda nesta semana processo de contratação de empresa que aplicará a prova. Diretores legislativos tentaram admitir diretamente a Vunesp (Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista), mas o presidente vetou o contrato sem licitação.

“Hoje o concurso público é necessidade da Câmara. Precisamos preencher pelo menos 21 vagas, porque muitos servidores se aposentaram ou passaram em concursos de outras cidades”, justificou Tião. Segundo o petista, 57 pessoas deixaram os quadros da Casa, desfalcando principalmente os setores administrativo, jurídico e o cerimonial.

O objetivo inicial da presidência era contratar 39 funcionários, mas analistas jurídicos e financeiros do Legislativo vetaram o número sob argumento de estouro na folha de pagamento. Pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), a Câmara tem de gastar 70% da arrecadação com despesa com pessoal.