Márcio Bernardes Titulo
Transmissões; incerteza total

O quadro atual indica que o Campeonato Brasileiro do ano que vem corre o risco de não ter televisão

Por Especial para o Diário
15/03/2011 | 00:00
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O quadro atual indica que o Campeonato Brasileiro do ano que vem corre o risco de não ter televisão.

O Clube dos 13, completamente enfraquecido, recebeu na semana passada apenas proposta da Rede TV.

Os clubes estão negociando diretamente com a Globo. Alguns consultam a Record. Na hipótese de um acordo direto com as emissoras, Clube dos 13 e RedeTV ! vão tentar liminares na Justiça. E fazer valer aquilo que consideram ser o seu direito.

Uma possibilidade que também está sendo considerada é um grupo de clubes fechar com a Globo e outro com a Record. Como seriam as transmissões dos jogos de equipes que venderam seus direitos para duas emissoras diferentes?

A situação é tão complicada e polêmica que foi aventado que, se acontecer algum impasse mais grave, a presidente Dilma poderia imitar sua colega Cristina Kirchiner, que comprou os direitos de transmissão do Campeonato Argentino.

Isso também deve ser considerado, mas é o menos provável. Como se sabe, Kirchiner tinha interesses políticos para tirar do seu adversário, o grupo do jornal Clarin, os direitos das transmissões.

Dilma Rousseff, mesmo considerando o interesse público e a importância do futebol para o brasileiro, tem outras coisas mais importantes para fazer.

Pode escrever: isso vai acabar na Justiça!

MENTIRAS

Na quarta-feira, Juvenal Juvêncio disse com todas as letras que a contratação de Luís Fabiano era impossível para o São Paulo e inviável para os investidores.

Usou, inclusive, o coerente argumento de que aos 30 anos o atacante não terá mais mercado e idade para nova transferência para a Europa, o que, em tese, devolveria o dinheiro para os investidores.

Dois dias depois, o Tricolor anunciou a contratação de Luís Fabiano por quatro anos e pagando 7 milhões de euros - cerca de R$ 16 milhões.

Juvenal Juvêncio, aos 75 anos e aparentes 120 quilos, incorporou o espírito de Garrincha. Com categoria driblou repórteres e torcedores, escondendo o negócio que estava sendo tratado por um dirigente do Tricolor na Espanha. Mesmo mentindo que não seria possível concretizá-la, deve-se considerar que foi uma contratação espetacular. A vontade de Luís Fabiano ajudou muito.

Lembrei dos meus tempos de repórter e percebi que cartola continua mentindo tanto quanto político. Não dá mesmo para confiar.

Como mandam os bons manuais de jornalismo, a melhor coisa a se fazer nesses momentos é checar e rechecar. E pouco confiar.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.br.




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