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As invasões bárbaras

Desta vez a desculpa é o Dia Internacional da Mulher (mas poderia ser qualquer outra comemoração, já que o importante...

Carlos Brickmann
11/03/2009 | 00:00
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Desta vez a desculpa é o Dia Internacional da Mulher (mas poderia ser qualquer outra comemoração, já que o importante não é a data, é quebrar, é destruir): o MST, por intermédio da Via Campesina, um de seus braços, invadiu a Aracruz Celulose, no Espírito Santo, e jogou cupins na madeira armazenada. Invadiu a Usina Barra Bonita, em São Paulo, e destruiu plantações de cana. Em Brasília, arrebentou os vidros da portaria do Ministério da Agricultura e se instalou no prédio. Os atos de destruição e vandalismo se espalharam por seis Estados.

Quem paga essa movimentação? Olhe-se no espelho, caro leitor. Só uma das associações de fachada que existem para recolher dinheiro público e dá-lo ao MST, a Anca, não apresentou os comprovantes de R$ 3,8 milhões que recebeu do Governo Federal para alfabetização (suas contas foram agora bloqueadas pela Justiça, a pedido do Ministério Público). O MST depende dessas associações de fachada para receber dinheiro público, já que não tem personalidade jurídica. Mas seus dirigentes, mesmo assim, gozam de mordomias públicas: o chefão do MST, João Pedro Stedile, por exemplo, circula pelo país a bordo de carros oficiais, do governo federal (veja a foto em www.brickmann.com.br/artigos.php)

E que acontecerá aos depredadores que jogaram cupim para estragar madeira, que derrubaram plantações em produção, que quebraram um prédio público? Até agora, nunca lhes aconteceu nada. Bruno Maranhão, que chefiou o ataque ao Congresso, continua livre, leve, solto. E continua sendo "amigo dos hômi".

ADEUS, MEIRELLES

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve deixar o cargo no segundo semestre. Meirelles tem sonhos políticos (já foi eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás, mas trocou o mandato pelo BC): quer ser governador de Goiás, quer mais tarde disputar a Presidência da República. Para participar das eleições de 2010, precisa entrar num partido até setembro; e, pouco antes da entrada no partido, renunciará à presidência do Banco Central.

FICA, MEIRELLES

Para o presidente Lula, o problema é sério: não será apenas trocar o presidente do BC em meio a uma crise internacional, mas ter de escolher um substituto que corra o risco de ficar pouco mais de um ano no cargo, já que um novo presidente da República poderá querer outro nome. Mas, para manter Meirelles no cargo e levá-lo a desistir, ao menos temporariamente, de seus sonhos políticos, Lula terá de usar toda a sua inegável capacidade de convencimento. É tarefa dura.

DINHEIRO NÃO É PROBLEMA

Em São José dos Campos, SP, a Prefeitura, controlada pelo PSDB, autorizou a retomada das obras do luxuoso condomínio Esplanada Life Club, que estavam embargadas por atrapalhar o tráfego aéreo. As duas torres do condomínio estão sendo analisadas pelo Comando Aéreo Regional, para verificar se sua altura não é superior à permitida. E se a altura das torres prejudicar o tráfego aéreo? Ou é demolida uma parte do prédio ou o aeroporto de São José dos Campos, que serve à Embraer e a voos comerciais, pode parar de funcionar. Rico é outra coisa!

PRECATÓRIO, NA LEI...

A Justiça Federal determinou, por liminar, o bloqueio dos recursos que o governo paulista receberá pela venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. O objetivo da ação, promovida pela OAB, é destinar o dinheiro da venda ao pagamento de precatórios (indenizações determinadas pela Justiça, e que os governos historicamente deixam para lá). Em São Paulo, a dívida de precatórios é de R$ 20 bilhões, aproximadamente, e há casos com mais de dez anos de atraso. A Nossa Caixa foi vendida ao Banco do Brasil por R$ 5,38 bilhões, em 18 prestações.

...OU NA MARRA

 Em Porto Alegre, a cobrança de precatórios parou a cidade: ruas centrais bloqueadas, tropa de choque, negociador especializado, transmissão ao vivo pela TV. Os fatos: dois representantes de uma empresa que prestou serviços à Corsan, a estatal de saneamento básico, armaram-se e cobraram a dívida de R$ 183 mil, que deveria ter sido paga há um ano. Deu certo: o presidente da Corsan, sob a mira das armas, prometeu pagar. E pagou no mesmo dia.




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