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Secretariado custará R$ 49,6 mi à região
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
26/01/2009 | 07:00
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No momento em que algumas cidades do Grande ABC sofrem com a falta de pagamento de funcionários públicos, a realidade dos salários do secretariado das prefeituras da região salta aos olhos de quem analisa os vencimentos dos escolhidos pelos prefeitos para executarem os projetos nos Executivos. Nos próximos quatro anos - período de um mandato - os líderes das Pastas receberão R$ 49,6 milhões. O valor é superior ao orçamento de 2009 de Rio Grande da Serra (R$ 33,3 milhões).

No total, as sete administrações possuem 118 secretários. Com quase R$ 50 milhões seria possível manter, durante 48 meses, 1.000 trabalhadores com vencimentos mensais de pouco mais de R$ 1.000.

A remuneração dos secretários da região é equivalente a de diretores de empresas de médio porte, que ganham em média, mensalmente, de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Já executivos de grandes companhias multinacionais chegam a receber de R$ 15 mil a R$ 25 mil.

Para o cientista político Sávio Ximenes Hackradt, os altos salários praticados no Poder Público no Grande ABC são superiores aos de Prefeituras de capitais do Nordeste brasileiro. "Não deixa de ser um bom atrativo para ingressar na política, principalmente em tempos de crise. Porém, o mais importante, é com esses valores manter valores éticos e profissionais, como não ser corrupto e prestar bons serviços", analisa.

A administração de São Bernardo apresenta o maior montante tanto na quantidade de servidores de confiança quanto no valor do subsídio. No município comandado por Luiz Marinho (PT), há 18 secretários que recebem R$ 14.988,26 por mês, cada.

Ao todo, são R$ 269,8 mil mensais, ou R$ 3,237 milhões anuais , ou ainda R$ 12,9 milhões por mandato despendidos ao chamado primeiro escalão são-bernardense. Marinho, por meio da assessoria, observou apenas que os valores foram estabelecidos por lei, votada pela Câmara na gestão passada.

São Caetano está em segundo no ranking de melhores salários, com R$ 14.250 para cada um dos 16 secretários - são gastos R$ 228 mil por mês ou R$ 2,7 milhões, por ano. O prefeito José Auricchio Júnior (PTB) considerou os subsídios justos. "Se analisarmos tecnicamente, nome por nome os integrantes da equipe, são cifras merecidas", defendeu.

Rio Grande da Serra possui o menor número de secretários e paga o menor referencial. "Temos uma folha de pagamento compatível com nossa realidade financeira", argumenta o prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB).




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