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CPI do Narcotráfico pede ajuda da PF nas investigaçoes
Do Diário do Grande ABC
03/10/1999 | 21:02
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O comando da Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico solicitou a ajuda da Polícia Federal para localizar o advogado William Marques, apontado pelo motorista Jorge Meres como um dos líderes de uma quadrilha nacional especializada em roubo de caminhoes e tráfico de drogas, entre outros crimes. Mas, o esforço da polícia e da equipe técnica da comissao nao produziu o resultado esperado. Até o início da noite deste sábado, segundo um dos deputados da CPI, William Marques, considerado um dos advogados mais ricos de Sao Paulo, nao havia sido encontrado.

William foi convocado, na quinta-feira, para prestar esclarecimentos à CPI sobre seu suposto envolvimento com a organizaçao que, só entre 1994 e 1996, teria roubado e vendido na Bolívia 50 carretas Scânia e Volvo. O pagamento por estas carretas, segundo Meres, era feito, na maioria das vezes, em pasta-base de cocaína ou armas. Da quadrilha fariam parte ainda, conforme o motorista, o ex-deputado Hildebrando Pascoal, o deputado federal Augusto Farias (PPB-AL) e os deputados estaduais do Maranhao, José Gerardo e Francisco Caíca, entre outros.

Perplexos com a gravidade e o detalhamento das denúncias feitas pelo motorista, a CPI marcou para segunda-feira um acareaçao entre William Marques e Jorge Meres. Meres, segundo contou a CPI, trabalhou como motorista e segurança de William entre 1992 e 1997. "Se o advogado nao comparecer à CPI, isso poderá ser interpretado como uma confissao de culpa", afirmou o procurador da República no Distrito Federal, Luiz Francisco Souza. Augusto Farias, que reagiu com veemência às acusaçoes, prestará depoimento à CPI na quarta-feira. José Gerardo foi convocado para depor, na quinta-feira.

A partir desta segunda-feira também, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) decidirá se acolhe o pedido de abertura de processo de cassaçao do mandato do deputado José Aleksandro (PFL-AC). O pedido de cassaçao de José Aleksandro foi feito pela CPI, quarta-feira. O deputado, que assumiu a vaga de Hildebrando Pascoal, é acusado de desviar R$ 1,2 milhao da verba publicitária da Câmara de Vereadores de Rio Branco, entre outros crimes.




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