Política Titulo Mauá
Atila diz que não havia necessidade de operação do Gaeco

Prefeito afirmou que empresa foi contratada de forma regular

Daniel Tossato
Do Diário do Grande Abc
15/06/2020 | 20:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB) declarou que não viu necessidade de o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), vinculado ao Ministério Público, realizar busca e apreensão na sede da Prefeitura – e em outros endereços ligados a agentes públicos – para averiguar contratos referentes ao hospital de campanha da cidade.

O chefe do Executivo sustentou que, desde o início do processo de contratação de empresas para montar e gerenciar o equipamento de saúde para combater a Covid-19, a Prefeitura sempre disponibilizou os documentos no Portal da Transparência, assim como dialogava com promotores semanalmente para garantir a legalidade das contratações.

“Quero desvendar o que aconteceu hoje. Esta operação não deveria ter ocorrido. Temos apenas dois contratos (para o hospital de campanha). Um é da tenda e o outro é o que engloba os serviços. A gente sabe que tem cidade que tem contratos fatiados, por exemplo. Nós mantemos tudo em apenas dois. Nunca deixamos de responder nada, nem ao MP, nem a ninguém. Quero, de fato, entender o que aconteceu hoje”, citou.

Na manhã desta segunda-feira (15), a Prefeitura de Mauá e a casa do prefeito receberam equipes do Gaeco, que cumpriam mandado de busca e apreensão. O MP suspeita de irregularidades na contratação emergencial da OS Atlantic – Transparência e Apoio à Saúde Pública para a gestão do hospital de campanha construído na cidade. O valor do contrato é de R$ 3,3 milhões a ser pago dentro de 90 dias. Durante a operação, foram apreendidos dois celulares, um iPad, documentos e um notebook. Secretário de Saúde da cidade, Luís Carlos Casarin, também foi alvo da operação.

“Os contratos que estão com o MP, por exemplo, são os mesmo que estão na Prefeitura. Não precisava de uma ação dessas. Se tivessem algum tipo de dúvida, era só questionar de forma oficial a administração, que nós responderíamos”, declarou Atila.

Ainda conforme o prefeito, o próprio TCU (Tribunal de Contas da União) teria deixado a Prefeitura de Mauá fora de lista de administrações que estariam realizando algum tipo de contratação irregular durante a pandemia do novo coronavírus. “Sinto indignação. Fizemos tudo dentro da transparência. O Gaeco disse que veio atrás do contrato original de contratação do serviço, mas o contrato que o MP teve acesso é o mesmo”, avaliou o chefe do Executivo.

O MP de Mauá começou a investigação sobre o caso em abril. Uma das denúncias foi feita por vereadores de oposição a Atila. Outra pelo pré-candidato João Veríssimo (PSD). A peça acusou o prefeito e o secretário de Saúde de superfaturarem contrato de locação de tendas para abrigar o hospital de campanha, assinado com a empresa Pilar Organizações e Festas Ltda, pelo valor total de R$ 667,5 mil, pelo período de três meses. Os questionamentos também miram convênio com a OSS (Organização Social de Saúde) Atlantic Transparência e Apoio à Saúde Pública, com sede em Caieiras, no valor de R$ 3,3 milhões, para a gestão do hospital. Os dois contratos foram feitos de forma emergencial e sem licitação, como prevê a legislação vigente durante a pandemia.




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