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Dead Fish: hardcore capixaba em primeira mão
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
05/05/2004 | 20:31
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A cena underground tem mais um filhote no mainstream. É o Dead Fish, banda capixaba de hardcore com 13 anos de estrada, que quase acabou no ano passado com a saída de dois integrantes e cuja estréia no grande mercado ocorre com o lançamento de Zero e Um (Deckdisc, R$ 25 em média), disco produzido por Rafael Ramos e mixado pelo californiano Ryan Greene.

O lançamento oficial do CD acontece no próximo fim de semana (dias 8 e 9) no Hangar 110, templo do hardcore paulistano. Só que os ingressos estão esgotados desde 27 de abril. A boa notícia para o público da região é que a banda aporta nesta sexta, às 19h, no Clube Okinawa do Brasil, em Diadema (tel.: 9276-3105) e dia 12, quarta-feira, no Volkana de São Bernardo (tel.: 4352-6244).

Para o vocalista Rodrigo, de 31 anos, “a influência dos novos integrantes é marcante”. “Eles trouxeram uma técnica boa, com potência, própria da geração deles”, diz, referindo-se aos novos guitarristas Philippe, de 21 anos, e Hóspede, de 22.

O baixista Alyand ressalta a qualidade da mixagem de Greene: “Ele enxugou alguns arranjos e deixou o som mais pesado, valorizando principalmente as guitarras e o baixo. Ele foi o cara certo”.

Os garotos reconhecem que esse salto na carreira pode trazer dissabores: “Sabemos que muita gente vai torcer o nariz, mas estamos consciente do que fazemos”, afirma. Ele diz que os integrantes ainda não têm uma idéia clara do que essa nova exposição poderá trazer, mas afirma que se o Dead Fish “se tornar rentável e vendável”, provavelmente terão de encarar, por exemplo, programas de TV que não têm afinidade com o seu hardcore.

Zero e Um também será facilmente associado ao som do CPM 22, ainda que as letras tragam mensagens diferentes. Enquanto seus colegas escrevem músicas românticas, a turma de Rodrigo lança um protesto com sutil viés político.

Rodrigo diz que ataca os Estados Unidos na música Senhor, Seu Troco e o consumismo dos brasileiros em Sonhos Colonizados. Ele prefere apenas sugerir. “Me considero de esquerda, embora nos últimos anos tenha me tornado niilista. Acho que a grande mudança se dá não na massa, mas nos indivíduos. É essa micropolítica que me interessa hoje”.




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