Segundo pesquisa da USCS, pelo menos 389,7 mil moradores do Grande ABC são adeptos ao cigarro
Apesar de o País ter endurecido leis de combate ao tabagismo – inclusive com a criação do Dia Nacional do Combate ao Fumo, celebrado hoje –, a pesquisa sinaliza estagnação no número de adeptos ao cigarro na região. No ano passado, a projeção era de 19,1% de fumantes entre a população com mais de 18 anos. Em 2015, este índice era de 20%.
“Observa-se tendência de manutenção do patamar de fumantes. Aqueles que são adeptos dificilmente largam o cigarro, o que nos leva a acreditar que a redução deste quadro só deverá ser efetivada a longo prazo”, considera Daniel Giatti, gestor do Inpes.
Dentro deste cenário, segundo o especialista, chama a atenção o incentivo dado pela indústria do tabagismo aos jovens consumidores. “O País tem articulado medidas para coibir o aumento de fumantes, mas em paralelo a isso a indústria tem investido em produtos que têm ganhado a atenção dos jovens, como é o caso do narguilé e do próprio cigarro eletrônico”, destaca Giatti.
A análise do especialista tem como base pesquisa feita pelo próprio Ministério da Saúde, que constatou que 1,8 milhão de adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentou cigarro ao menos uma vez, o que representa 18,5% dos jovens nesta faixa etária.
Moradora de Santo André, a vendedora Márcia Coelho Fernandes, 36 anos, retrata bem este quadro. “Comecei a fumar aos 11 anos, por curiosidade, e nunca mais parei. Tornou-se válvula de escape para a ansiedade”, explica.
Considerado a principal causa de morte evitável do planeta, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é responsável por causar série de problemas à saúde. “São inúmeras as consequência do consumo do cigarro, tais como infarto agudo do miocárdio, AVC (Acidente Vascular Cerebral), câncer de pulmão, dentre tantos outros”, alerta Elie Fiss, pneumologista da Cia. da Consulta.
Segundo o especialista, um dos principais agravantes do consumo do cigarro é o vício causado pelo produto. “Assim como qualquer outra droga, a nicotina atua no nosso sistema nervoso central, levando de sete a 19 segundos para atingir o cérebro do fumante. Aqueles que não fumam podem viver de dez a 15 anos mais do que os fumantes”, explica.
Mesmo após ter tido problemas em virtude do consumo do cigarro nos últimos anos, a cuidadora de idosos Ivete Brianti, 55, assume que tem dificuldade de largar o costume. “Fumo desde os 18 anos e digo que continuo por falta de vergonha da cara, e também pela dificuldade de abandonar o vício.”
Na tentativa de reverter este cenário, municípios da região afirmam ter grupos de combate ao tabagismo na rede de atenção básica. Interessados devem se dirigir às UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para se inscrever.
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