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Geleiras dos Andes podem desaparecer até 2015, diz estudo
Por Da AFP
22/09/2004 | 15:18
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A aceleração do degelo nas geleiras nos Andes tropicais, observada há trinta anos e provocada particularmente ao fenômeno El Niño, poderia levar ao desaparecimento da maior parte delas nos próximos dez ou quinze anos, advertiram nesta quarta-feira os autores de um estudo internacional.

Colaboraram no trabalho pesquisadores franceses do Instituto para o Desenvolvimento, do Instituto Hidráulico e de Hidrologia da Bolívia e do Instituto Nacional de Meteorologia e de Hidrologia do Equador. Eles se basearam em resultados de uma rede de observação estabelecida desde 1991 numa dezena de geleiras ao longo dos Andes, entre o equador e a latitude 16 graus sul.

Os cientistas observaram duas geleiras representativas da região, o Antizana, entre 5.670 e 4.800 m de altitude, no Equador, e o Chacaltaya (5.375 m a 5.134 m), na Bolívia.

Ao contrário das geleiras alpinas que experimentaram um longo período de acúmulo no inverno e um breve período de ablação (degelo superficial) no verão, as geleiras tropicais estão permanentemente submetidas a um regime de perdas em sua parte inferior, que avança ao nível máximo durante o verão austral, de outubro a abril. Essa é a época em que coincidem o maior aquecimento do sol e as precipitações máximas, destacaram os pesquisadores.

Durante os episódios El Niño, fase quente do fenômeno relacionado com a circulação oceânica e atmosférica, as precipitações se reduzem entre 10 e 30 por cento e o aquecimento do ar (de 1 a 3 graus Celsius) aumenta o limite entre chuva e neve de 200 a 300 metros.

Ao contrário, durante os episódios La Niña (fase fria), a atmosfera mais fria e as precipitações abundantes garantem a formação de uma capa de neve protetora das geleiras.

Por serem cada vez freqüentes e mais intensos os episódios El Niño desde 1976, o déficit médio anual do Chacaltaya passou de 0,6 metro de água entre 1963 e 1983 para mais de 1,2 metro de 1983 a 2003. Neste ritmo, os cientistas advertem que poderia desaparecer antes de 2015.




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