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Risco de uso de celular é discutido por especialistas
Por Do Diário do Grande ABC
09/01/2000 | 15:49
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A distância mínima entre um marcapasso e um aparelho celular deve ser de 15 centímetros para evitar interferências. Essa é uma das principais recomendaçoes em relaçao à saúde dos usuários de telefones celulares feita pela Motorola, um dos maiores fabricantes desse tipo de aparelho. O gerente de Produtos de Comunicaçoes Pessoais da Motorola do Brasil, Hilton Mendes, explicou que os portadores de marcapasso devem evitar, por exemplo, carregar celulares nos bolsos perto do coraçao, porém nao há nenhum impedimento em que falem por meio desses aparelhos. A outra ressalva é de que pode haver interferência dos celulares nos aparelhos auditivos, causando chiados nas ligaçoes.

O diretor da Motorola destacou que, embora exista uma discussao acirrada sobre os possíveis danos à saúde por causa do aparelhos que irradiam freqüências, nada ficou comprovado. "Quanto maior a frequência, como existe no Raio-X, existe a possibilidade de maior dano à saúde", afirmou ele. Hilton Mendes destacou, porém, que o telefone celular trabalha em uma freqüência 10 bilhoes de vezes menor do que a do Raio-X. Outro problema dos equipamentos de radiografia, disse ele, é que o Raio-X funciona com uma potência muito grande, bem maior do que a do celular.

"Até hoje nao se chegou a uma mínima ameaça de que o telefone celular causasse danos ao organismo", enfatizou Mendes. Para ele, a irradiaçao de uma antena de uma emissora de TV pode ser maior do que a de um celular. O diretor também nao vê problemas na instalaçao de estaçoes rádio-base (ERBs), que transmitem as ligaçoes, perto de áreas habitadas. "Ninguém vive em cima de uma estaçao, talvez a irradiaçao de uma ERB seja comparada a de uma TV", explicou. No entanto, ele reconhece que a televisao nao é geradora de irradiaçao, enquanto o celular foi fabricado para isso.

Mendes afirmou ainda que trabalha a uma distância de 100 metros de uma estaçao de celular. "A irradiaçao causada por essa ERB é a mesma do monitor do meu computador", afirmou ele.

A recomendaçao de que o celular nao seja usado em postos de gasolina, explicou Hilton Mendes, é porque o contato do aparelho com a bateria poderia causar alguma faísca em um ambiente com névoa de gasolina, causando combustao. "Nao utilizar o celular próximo a bomba de gasolina pode ser uma preocupaçao exagerada", disse ele, "mas se existe o mínimo perigo, nós passamos a recomendaçao ao cliente".

Nao existem problemas em se utilizar capas de couro ou de plástico em aparelhos celulares, explicou o diretor da Motorola. Porém, ele ressaltou que nao devem ser usadas capas de metal para celulares, porque elas funcionam como uma blindagem impedindo a irradiaçao das freqüências. A conseqüência da blindagem, explicou Mendes, é que ela exige que os aparelhos e as estaçoes rádio-base trabalhem com uma potência maior. Além disso, podem distorcer os sinais dos celulares, causando interferências e quedas nas ligaçoes.

Hilton Mendes lembrou que a utilizaçao de equipamentos de transmissao por freqüência nao é nova. Os primeiros walk-talkie surgiram durante a II Guerra Mundial. Mendes afirmou ainda que a Motorola, originalmente produzia walk-talkie, e que há cerca de 30 anos fabrica aparelhos celulares.

A principal recomendaçao da Motorola, disse ele, é de que os usuários nao utilizem equipamentos que nao sejam originais e leiam o manual dos aparelhos, para usá-los corretamente.




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