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Deputado nega recolher dinheiro de funcionários
Do Diário do Grande ABC
10/06/2000 | 13:45
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O deputado estadual Petterson Prado (PPS) rebateu neste sábado as denúncias de que estaria obrigando seus funcionários na Assembléia Legislativa a devolver mensalmente cerca de 70% de seus salários. O parlamentar disse que a acusaçao faz parte de uma "manobra política" para prejudicar sua candidatura a prefeito de Campinas. Para provar sua inocência, Prado disse que abrirá todas as suas contas.

"Começou o jogo sujo", afirmou Prado, que se disse "indignado" com a acusaçao. "Vou abrir minhas contas bancárias e telefônicas para provar que nunca peguei dinheiro de ninguém", completou. O parlamentar também pretende processar os quatro ex-funcionários que apresentaram a denúncia ao Ministério Público de Sao Paulo.

Entre eles, apenas dois se identificaram publicamente: o ex-motorista Wagner Lopes de Oliveira e a ex-assessora Fabiana Carnielli. Oliveira disse ter repassado, durante nove meses, cerca de R$ 1 mil dos R$ 1.725,00 que recebia, geralmente no dia seguinte à data do recebimento. Fabiana acusa Prado de sacar cerca de R$ 1,2 mil dos R$ 1.730,00 que recebia.

Na representaçao feita ao Ministério Público, os ex-funcionários anexam extratos que teoricamente comprovariam a movimentaçao suspeita. O resgate do dinheiro, segundo os denunciantes, seria feito pelo primo do deputado, Sergio Roberto de Prado Souza, que também ocupa o cargo de tesoureiro no escritório do parlamentar. A denúncia inclui, ainda, comprovantes de depósitos em nome de Souza.

Apesar de rebater as denúncias, Prado nao soube explicar os extratos que sugerem movimentaçoes suspeitas. "Nao posso responder pela movimentaçao bancária deles (ex-funcionários), mas vou provar que nao recebi nenhum dinheiro", afirmou. O parlamentar disse que pedirá a palavra na sessao de segunda-feira (12) na Assembléia Legislativa para apresentar sua defesa.

"Foi um ato premeditado, porque minha candidatura a prefeito está crescendo", disse. "Nunca fiz comício, nao vendi camisetas, nao distribuí brindes e mesmo assim fui um dos deputados mais votados nas últimas eleiçoes".

Prado também pretende expor sua declaraçao de bens. "Possuo apenas um carro e um terreno que ainda estou pagando e moro com meus pais num bairro de classe média", disse.

Para o parlamentar, o fato de a denúncia ter sido apresentada próximo às eleiçoes demonstra que a acusaçao tem objetivos políticos. Segundo ele, Oliveira foi demitido em dezembro de 99 e Fabiana em janeiro desse ano. "Porque eles demoraram quase oito meses para fazer a acusaçao", questiona.

O deputado federal Joao Hermann Neto (PPS), padrinho político de Prado, também rebateu as denúncias. Para ele, a "armaçao" teria partido do deputado federal Hélio de Oliveira Santos (PDT), que também disputa a prefeitura de Campinas e está à frente dos demais concorrentes nas pesquisas. "Vamos exigir que o Ministério Público apure tudo em profundidade", afirmou.

Prado tem uma carreira política considera meteórica. Aos 23 anos elegeu-se vereador e, no meio de seu mandato, deixou o PDT de Oliveira Santos para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa pelo PPS. Hoje, aos 27 anos, é o deputado estadual mais jovem da Legislativo estadual.




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