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Orgulho pela estrela
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
26/08/2006 | 00:01
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Sem exibir a estrela na lapela, tradicionalmente usada pelos militantes, o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT), que tenta a reeleição, garante que o símbolo do partido não está escondido nas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Aloizio Mercadante ao governo do Estado. “A gente tem orgulho da estrela e do PT. Da mesma forma tenho orgulho de defender a punição a petista que cometer irregularidade. No caso do Lula, é uma questão de marketing. Ele não é candidato só do PT e sim de uma coligação (PRB e PCdoB)”.

Apesar de demonstrar orgulho pela legenda, o parlamentar reconhece que o PT não agiu de forma correta ano passado, ao protelar os processos de investigação interna contra os membros do partido envolvidos em corrupção. “Eu defendi, antes mesmo do episódio dos sanguessugas, que se fizesse uma investigação rigorosa e criteriosa. Mas o Encontro Nacional (em abril) decidiu fazer isso depois da eleições, para evitar confrontos internos. Seja como for, eu preferiria que tivesse sido feita antes”, lamenta. “Havia um componente de ingenuidade de nossa parte. Mas nós não éramos imunes a certas práticas.”

Mesmo assim, Cardozo não concorda com a tese de retirar a legenda dos petistas acusados de corrupção. “Não há como impedir que alguém que seja ainda acusado, possa ser impedido de ser candidato. Por ora, o julgamento tem de ser feito pela população e depois temos de exigir que o partido cumpra a resolução do Encontro Nacional.”

Cardozo critica o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e o ex-secretário-geral, Silvio Pereira (ambos expulsos da sigla), a quem chama de “traidores”, mas ameniza a fala quando se refere ao ex-presidente nacional do partido, José Genoino (também candidato a deputado federal). “Contra os outros dois há provas indiscutíveis. Daquilo que eu acompanhei, acredito que, embora possa se dar ao Genoino alguns equívocos, não consigo verificar na atuação dele uma participação direta com o que aconteceu. Ele não pecou por isso.”

Conhecido por brilhar em momentos de crise política – ganhou notoriedade ao presidir, em 1999, a CPI da Máfia dos Fiscais, na Câmara de São Paulo, e se destacou durante a CPI dos Correios, quando foi sub-relator –, Cardozo considera a atual legislatura “a pior de toda a história política”. “É triste. Mas vou lutar para que a ética de comportamento seja uma premissa dos deputados. Hoje é impossível defender essa legislatura.”

Sobre propostas para o desejado segundo mandato, o parlamentar promete se empenhar para a conclusão do trecho Sul do Rodoanel, que ainda não saiu do papel. O parlamentar responsabiliza todos os envolvidos pela lentidão do processo. “É uma obra prioritária para o Grande ABC em todos os aspectos. Mas acho que todos são culpados, incluindo governos estadual, federal e deputados, que não conseguiram conciliar situações e resolver os impasses.”




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