O abastecimento público não é a única vocação da Billings. A água e as matas ciliares ao redor da represa representam um enorme, mas inexplorado potencial turístico. As atividades de lazer estão esquecidas pelo poder público, e conseqüentemente, pela iniciativa privada, que não encontra incentivos para o investimento.

Locais apropriados para o desenvolvimento de projetos não faltam. Apesar da alta taxa de ocupação das margens, ainda existem áreas de manancial preservadas que poderiam tornar a Billings um pólo de diversão.

Mergulho, vela e rapel estão na lista de prováveis atividades a serem desenvolvidas na represa. O comerciante Cláudio Spaggari Ostheimer, proprietário do restaurante flutuante Nautilus IV, ancorado no Riacho Grande, ainda oferece passeios de barco na prainha, mas reconhece que o movimento caiu em função da qualidade da água.

“A represa está morrendo. Antigamente, as pessoas programavam seus passeios na Billings. Hoje, a poluição mudou tudo. É preciso fazer alguma coisa urgente para reverter esse quadro”, pede.

Segundo Ostheimer, as únicas iniciativas realizadas para promover o turismo na região são particulares. “Tenho amigos que desenvolvem atividades que visam a consciência ambiental, sem apoio”, afirma. Além de causar movimento fraco no comércio que vive da Billings, a poluição acabou com práticas tradicionais da represa, como a pesca.

O profissional de pesca Jair Rigotti lamenta a situação da represa, que já viveu sua época de ouro. “Lembro-me quando meu pai me levava para pescar na Billings. As pessoas faziam fila na Anchieta. Os pescadores até participavam de campeonatos em busca de carpas, tilápias ou bagres”, diz.

Para o professor de Turismo e Meio Ambiente da Universidade Metodista, Thales Monteiro, a implementação de projetos turísticos pode ser a salvação da Billings. “As pessoas que residem na região devem ser capacitadas para atuar como monitores ambientais. Apesar de render pouco lucro, possibilitam um resultado ambiental excelente.”