Inclusive, alguns acreditam que o Mercosul pode morrer antes de chegar à adolescência, em virtude das estocadas que recebeu , como as proporcionadas pelo Chile em dezembro do ano passado, quando o país buscou um acordo bilateral de livre comércio com os Estados Unidos, ou pela Argentina, que na última sexta-feira anunciou sua intenção de abolir a taxa externa comum de 14% sobre as importações de bens de capital.

"O Mercosul parece estar em seu leito de morte, e a caminho de uma morte prematura", disse Walter Molano, Diretor e Gerente Principal da empresa BCP Securities e especialista em assuntos latino-americanos.

A idéia não é original, já que foi o então chanceler brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, que na época acusou o Chile, membro associado, de ter dado "uma punhalada pelas costas" no Mercosul. Na sexta-feira o ministro da Indústria do Uruguai, Sergio Abreu, criticou a decisão argentina, perguntando se isso não estava indicando o fim do bloco econômico.

Os membros plenos do Mercosul são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, enquanto Chile e Bolívia são associados em uma zona de livre comércio.

Molano afirma que o Mercosul começou a morrer com a desvalorização do real brasileiro em janeiro de 1999, que atingiu duramente os demais membros, e com as restrições que o Brasil impôs depois às exportações de automóveis da Argentina.