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PF prende ex-senador Luiz Estevão
Por Do Diário OnLine
14/03/2001 | 00:30
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A Policia Federal prendeu o ex-senador Luiz Estevão na tarde desta terça-feira. Ele está detido na carceragem da Polícia Federal, localizada na rua Piauí, região central de São Paulo, onde também está detido o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto.

Ao contrário de Lalau, Estevão está preso em uma cela comum porque não tem curso superior completo. Ele está abrigado na cela número cinco, que possui apenas um banheiro privativo. Ao ser detido, Estevão não apresentou resistência e não chegou a ser algemado.

A prisão preventiva do ex-senador foi decretada nesta terça pelo Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo no processo em que ele é acusado de ter ligação no desvio de verbas destinadas à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo (TRT-SP). Segundo cálculos do Ministério Público, o montante desviado chega a R$ 196,7 milhões.

A pedido dos procuradores, o TRF decretou também a prisão preventiva dos empresários Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Corrêa Teixeira Ferraz, sócios da construtora Incal e acusados de participar do desvio de verbas destinadas à construção da sede do TRT e remessa ilegal de dinheiro para o exterior.

Os donos da Incal se entregaram à PF no final da noite desta terça, como havia prometido os seus advogados. Ao chegar na carceragam da PF, Monteiro de Barros abriu o vidro da janela do carro em que foi transportado junto com Teixeira Ferraz para falar com a imprensa.

Ele demonstrou interesse em se manifestar, mas teve tempo apenas de dizer uma única frase: "A gente está inconformado com a decisão da Justiça e a se submeter a tudo isso." Eles devem ficar detidos no mesmo local onde estão Estevão e Lalau.

Os dois empresários vão dividir a mesma cela comum, sem nenhum tipo de privilégio. Segundo a assessoria da PF, eles dormirão esta noite sem colchão e, se quiserem conforto, terão de providenciá-lo.

Além dos empresários e do ex-senador, o Tribunal mandou prender também o advogado Pedro Rodavalho Marcondes Chaves, acusado de ter participado com os sócios da Incal de uma operação de evasão de divisas de aproximadamente US$ 3,29 milhões.

Monteiro de Barros e Teixeira Ferraz já haviam tido prisão preventiva decretada e ficaram presos durante aproximadamente um mês na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo. Rodovalho também havia tido sua prisão preventiva decretada, mas ficou foragido até a revogação da decisão.

O pedido de prisão dos envolvidos foi acatado pelos juízes da 5ª Turma do TRF por unanimidade - 3 votos a 0 -, concordando com o Ministério Público sobre o perigo de fuga dos acusados ao exterior.

O ex-parlamentar esteve presente na sessão e lá mesmo foi detido pelos policiais, já que a determinação era para que o mandato fosse expedido imediatamente.

Provas — Segundo informações da Rádio CBN, a desembargadora-relatora Suzana Camargo afirmou que Estevão esteve empenhado em destruir provas que poderiam incriminá-lo quando esteve solto. Ela lembrou que, em agosto do ano passado, um incêndio do depósito do Grupo Ok destruiu importante documentação, que poderia comprometer o senador cassado.

A prisão preventiva de Luiz Estevão havia sido pedida em julho do ano passado pela procuradora Janice Agostinho Ascari. Na época, o requerimento foi rejeitado pela juíza Raecler Baldresca. A procuradora, então, recorreu ao Tribunal Regional Federal (TRF).




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