Política Titulo Escândalo em Santo André
Tokuzumi é primeiro
convocado pela CPI

Diretor que confirmou suposto esquema de extorsão no
Semasa prestará depoimento na próxima quarta-feira

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
16/03/2012 | 07:03
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O diretor do departamento de Gestão Ambiental do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Roberto Tokuzumi, é o primeiro convocado a prestar esclarecimentos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), instaurada terça-feira na Câmara. Na reunião inaugural do grupo, ontem, o depoimento do delator do suposto esquema de venda de licenças ambientais na autarquia ficou marcado para quarta-feira, às 9h, no plenarinho.

A partir das declarações de Tokuzumi é que a CPI irá deliberar as próximas oitivas. Segundo a ação, ratificada pelo comissionado e sob averiguação também do Ministério Público e Polícia Civil, a liberação do documento somente saía mediante cobranças a empresas. Ele relata que sofreu pressão do adjunto da autarquia, Dovilio Ferrari Filho, e do advogado Calixto Antônio Júnior para participar do esquema de extorsão, montado a poucos metros da sala do superintendente, Ângelo Pavin.

Após intervenção do prefeito Aidan Ravin (PTB) na formação da CPI, a composição dos poderes dentro do bloco ficou estabelecida de acordo com a vontade do petebista. Conforme adiantado pelo Diário, os vereadores Donizeti Pereira (PV) e Toninho de Jesus foram oficializados como presidente e relator, respectivamente. Os parlamentares apenas avalizaram ontem o pacto preestabelecido anteriormente no gabinete do prefeito.

Único vereador de oposição na CPI, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), alegou que aceitou a distribuição dos cargos internos para não forçar uma situação já comprometida. "Sou minoria. O Executivo avisou que não queria, foi ordem expressa. Preferi não insistir (para compor a presidência ou relatoria) para evitar clima ruim logo de começo."

O petista depôs ontem à Seccional de Santo André. Ele confirmou, na oitiva, que recebeu dossiê da fraude no Semasa e que seria prevaricação abafar o caso. "Entreguei cópia ao MP. Deixei claro que existem outros empreendimentos grandes na cidade que não estavam nos processos, mas tinham problemas. Há denúncia sobre o licenciamento e receberam o documento no mesmo período da denúncia (entre outubro e março)."

Donizeti Pereira garantiu que há interesse em apurar o eventual crime praticado nas dependências da autarquia. Segundo o presidente, a intenção é formatar trabalho transparente "dentro das limitações do ser humano". "Não queremos cair em descrédito. Vamos ouvir todos os envolvidos no episódio. O primeiro passo está sendo tomado (depoimento do diretor), depois daremos sequência, sem colocar o carro na frente dos bois."

Composta por cinco integrantes, sendo quatro aliados e só um oposicionista, a comissão possui prazo de 45 dias para investigação, prorrogáveis ou não. O quinteto definiu ainda a estrutura da comissão, que pecou no encontro inicial. Não havia sala para realizar a reunião - usaram o gabinete da presidência. Eles oficiaram os departamentos da Câmara para que todos os encontros sejam gravados, filmados e tenham funcionários na área de taquigrafia e advocacia para auxiliar nos trabalhos.




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