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Rio Grande investe em área de lazer
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
16/03/2006 | 08:04
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Rio Grande da Serra começa a dar seus primeiros passos numa área até então pouco conhecida do município: o lazer. Pelo menos dois projetos devem sair do papel ainda este ano – a construção de uma pista de skate, no Centro da cidade, e de uma quadra poliesportiva, no Jardim Santa Tereza. Na lista de obras estão a construção de um complexo no Jardim Santa Tereza, que inclui outra quadra e uma pista de caminhada às margens do córrego Santa Tereza, e a reforma do CSU (Centro Social Urbano).

Localizado no Jardim Novo Horizonte, o centro social está abandonado há cerca de dez anos. Até então, o local era a maior referência em lazer de Rio Grande, com piscina, campo de futebol, equipamentos para ginástica e espaços para cursos variados. Hoje, os pólos de diversão da cidade estão concentrados em apenas seis endereços, espalhados por três bairros: Centro, Santa Tereza e Parque América. Quem mora na periferia, não tem opção de lazer.

“Criança aqui não tem liberdade, só pode brincar dentro de casa”, afirma a dona-de-casa Ruth Cleide Raimundo, 53 anos, mãe de um casal de 10 e 7 anos. Só na pista de skate serão investidos R$ 80 mil. Metade do dinheiro vem da Prefeitura, outra metade pela Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer. A administração informou que foi concluída a licitação para escolha da empreiteira que fará a obra e os trabalhos devem começar neste mês.

A pista será de street, com três séries de rampas que simulam obstáculos que podem ser encontrados nas ruas. Serão pouco mais de 400 m² de área construída, que deve ser aberta à população em dois meses, após o início das obras. Outro equipamento que deverá ser entregue ainda neste ano é uma das quadras previstas no Jardim Santa Tereza. Orçada em R$ 180 mil, a obra será custeada pelo governo federal. O acordo que prevê a liberação da verba foi assinado em julho de 2004, mas até agora não foi sacado. Motivo: não havia sido apresentado um projeto.

“Tive que correr atrás até de certidão de matrícula no cartório para poder comprovar que a área é de propriedade da Prefeitura. Agora, teremos de apresentar esses documentos para ter acesso à verba”, disse a arquiteta Melissa Duaik, diretora de Planejamento e Meio Ambiente de Rio Grande. “Nós temos uma deficiência em áreas de lazer e estamos fazendo projetos para melhorar esse problema”, afirma Luis Gabriel Fernandes da Silveira, secretário de Obras, Planejamento e Meio Ambiente da cidade. Entre esses projetos, está a reforma do CSU.

Promessas – Por várias vezes, o município cogitou reformas no Centro Social Urbano, sempre com verba do governo do Estado, mas as promessas nunca foram concretizadas pela administração municipal. Hoje, um projeto está sendo elaborado para revitalizar o espaço, considerado o mais completo de Rio Grande quando o assunto é lazer, mas ainda não há prazos para execução da obra. “Queremos fazer espaços para que as famílias possam usufruir, que deixem a juventude com a cabeça ocupada para não ter tempo de pensar em drogas e outras coisas ruins”, afirma o secretário Luis da Silveira.

A teoria é compartilhada, até certo ponto, pela socióloga Luci Praun. “Esses espaços concorrem com outras áreas de sociabilidade, como o tráfico de drogas, mas uma política de áreas públicas de lazer não basta se a pessoa não tiver acesso a uma moradia de qualidade, a escolas públicas de qualidade. O lazer está ligado à criatividade. Se você não tem todo o resto, não tem emprego, é demagogia.” Segundo IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social), elaborado pela Fundação Seade, 13,43% da população de Rio Grande da Serra vive no limite da pobreza.



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