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Atentados no Iraque deixam quase 60 mortos neste domingo
Por Da AFP
11/03/2007 | 15:15
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Atentados deixaram pelo menos 59 pessoas mortas no Iraque neste domingo, um dia depois à conferência internacional que Bagdá pediu a vizinhos que não se intrometam nos assuntos internos.

O atentado mais sangrento teve como alvos peregrinos xiitas que voltavam da cidade santa de Kerbala. Um carro-bomba explodiu contra um comboio de peregrinos no bairro de Karrada, no centro de Bagdá, matando 31 pessoas e ferindo outras 25.

Milhões de peregrinos xiitas deixaram Kerbala, 110 km ao sul de Bagdá, depois das celebrações da morte do imã Hussein (assassinado em 680), que reuniram, segundo as autoridades locais, "entre seis e nove milhões de peregrinos".

Outros dez civis morreram num atentado suicida, quando um homem acionou seu cinturão de explosivos dentro de um microônibus no bairro de Mustansiriya, no nordeste da capital.

Reunião - Neste sábado foi realizado a conferência internacional sobre a segurança no Iraque, que reuniu em Bagdá as delegações de 17 países e organizações, entre eles os Estados Unidos e seus dois inimigos na região, o Irã e a Síria.

Durante a conferência, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu aos vizinhos do Iraque que ponham um fim às suas ingerências no país.

O embaixador dos Estados Unidos em Bagdá, Zalmay Khalilzad, pediu aos vizinhos do Iraque, entre eles o Irã, que impeçam a infiltração de combatentes ou de armas no país árabe. O diplomata disse que está satisfeito com as discussões com os iranianos.

O representante iraniano, o vice-ministro das Relações Exteriores Abbas Araghtchi, rejeitou as acusações americanas e afirmou que o Iraque precisa, "para garantir a paz e a estabilidade, de um cronograma de retirada das tropas estrangeiras".

Todos os participantes expressaram numa declaração comum seu "apoio à soberania iraquiana e ao princípio de não-ingerência".

Neste domingo em Teerã, o porta-voz da diplomacia iraniana Mohammad Ali Hosseini afirmou que a conferência foi "um bom primeiro passo", mas não entrou em detalhes sobre as discussões com os iranianos em Bagdá.

Para o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, esta conferência, considerada de "grande sucesso" para seu país, foi uma tentativa de "romper a hostilidade" com o Irã para estabelecer "um clima propício a negociações".

Uma aliança de grupos sunitas apoiada pelo braço iraquiano da Al Qaeda disse neste domingo num vídeo divulgado na internet que a conferência teve como objetivo "erigir um muro para garantir a segurança de Israel".

Nova casa - Além disso, Ellen Sauerbrey, a secretária de Estado adjunta americana encarregada das questões humanitárias, informou neste domingo no Cairo que os Estados Unidos receberão pelo menos 7 mil refugiados iraquianos nos próximos meses.

Mais de dois milhões de iraquianos fugiram de seu país, a maioria para a Jordânia e a Síria. Os Estados Unidos já foram criticados no passado por ter recebido apenas 466 refugiados iraquianos desde a invasão do país árabe, em março de 2003.

O Alto tribunal penal iraquiano desmentiu a informação segundo a qual o juiz Rauf Rachid Abdel Rahman, que condenou à morte do ex-presidente Saddam Hussein, teria pedido asilo político à Grã-Bretanha.

O canal de televisão Al Jazeera havia afirmado na sexta-feira que este juiz tinha fugido do Iraque para a Grã-Bretanha com sua família em dezembro de 2006 e emitido uma demanda de asilo político.

Saddam Hussein foi enforcado em 30 de dezembro de 2006, depois de ter sido condenado à morte pela execução de 148 aldeões xiitas nos anos 80.




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