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Químicos param EMS Sigma Pharma
Por William Glauber
Do Diário do Grande ABC
23/03/2006 | 08:08
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Trabalhadores da EMS Sigma Pharma – indústria líder nacional no segmento de medicamentos genéricos – atrasaram quarta-feira, por aproximadamente uma hora, o início da produção da unidade de São Bernardo. Organizados pelo Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT), os empregados protestaram contra as demissões de 11 trabalhadores efetuadas somente na quarta-feira. Em assembléia, 200 químicos deliberaram estado de greve até um possível acordo com a indústria farmacêutica.

Segundo sindicalistas, a empresa dispensou 17 funcionários desde a semana passada sem dialogar com a entidade de representação da categoria. Em convenção acordada entre setor patronal e trabalhadores, uma das cláusulas prevê que demissões coletivas devam passar por consulta prévia dos trabalhadores e sindicato.

Em mesa de negociação, empresa e sindicalistas discutiriam, nesse caso, os critérios para as dispensas e tentariam, primeiramente, estabelecer PDV (Programa de Demissões Voluntárias). Mas, como a etapa não ocorreu, o sindicato entrou em ação. "Há um acordo entre trabalhadores e empresa que proíbe demissões sem justificativas e critérios", explicou o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC Wanderley Salatiel. "Fomos surpreendidos e, por isso, paramos a empresa", acrescentou.

A principal preocupação do sindicato corre nos bastidores das demissões realizadas pela EMS Sigma Pharma na planta de São Bernardo. Boato entre os trabalhadores já dá como garantida a dispensa de mais 60 empregados nos próximos dias. "A força da história assusta. Falam também em reestruturação da fábrica e tememos mudanças de setores para a planta de Hortolândia, no interior", confessou Salatiel. A unidade da região de Campinas contém infra-estrutura moderna e avançados laboratórios de pesquisas.

Uma reunião entre representantes da gigante dos genéricos e sindicalistas foi marcada para sexta-feira. Após a assembléia de quarta-feira, os trabalhadores decidiram colocar na mesa de negociação a imediata revisão das demissões, além de exigirem da EMS uma posição sobre novas dispensas e possível reestruturação da unidade do Grande ABC. "Queremos ouvir a direção da empresa para saber o que acontece", disse o sindicalista.

Após a rodada de negociação de sexta-feira, o Sindicato dos Químicos do ABC realizará assembléia às 6h de segunda-feira. "Não vamos aceitar as demissões sem alternativas. Queremos novas discussões e saber os critérios usados", disse Salatiel. O Diário entrou em contato com a EMS Sigma Pharma na tarde de quarta-feira mas nenhum porta-voz da empresa falou à reportagem.




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