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O segundo plebiscito – II

A linha do tempo político-administrativa de Ribeirão Pires é idêntica à da vizinha Mauá: o plebiscito em 22 de novembro de 1953; a eleição em 3 de outubro de 1954; a instalação como município em 1º de janeiro de 1955.

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
27/12/2020 | 07:00
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ELEIÇÃO 20 – RIBEIRÃO PIRES

Diferentemente de Mauá, Ribeirão Pires elege para a Prefeitura dois líderes autonomistas, mesmo com o apoio discreto de Santo André a não autonomistas.

Icatuaçu e Iupeba.
Fala o prefeito eleito.
A placa de 1933 preservada.


271 – O ribeirão-pirense Fioravante Zampol, como prefeito de Santo André, empenhou-se pessoalmente para que a luz elétrica chegasse ao distrito de Ouro Fino Paulista, numa festa documentada em 18 de janeiro de 1953.
272 – Em 30 de abril do mesmo ano de 1953 é entregue à Assembleia Legislativa a representação reivindicando a elevação de Ribeirão Pires à condição de município. Lembrando: naquele ano, por força da legislação, era revista a divisão administrativa e judiciária do Estado. A Constituição paulista determinava que tal medida se efetivasse a cada cinco anos, a lei quinquenal.
273 – Em 11 de setembro de 1953, a Comissão de Divisão Administrativa da Assembleia Legislativa de São Paulo vota a solicitação de Ribeirão Pires para a realização de um plebiscito na cidade sobre a emancipação. O parecer favorável do deputado Rogê Ferreira é aprovado.
274 – No plebiscito realizado em 22 de novembro de 1953, a grande maioria dos votantes diz ‘sim’. Aqui merece uma atenção especial em relação aos números. Há publicações que falam em 594 e outros em 598 votos favoráveis à emancipação. São contrários apenas 45. Entre nulos e brancos, são contabilizados números díspares: um voto nulo e seis em branco; ou dez votos, entre nulos e brancos.
275 – A Lei 2.420, sancionada em 18 de dezembro de 1953, cria a comarca de Santo André, compreendendo também o município de Ribeirão Pires. É a primeira lei que cita Ribeirão Pires como município.
276 – A lei estadual 2.456, de 30 de dezembro de 1953, oficializa a criação do município de Ribeirão Pires. Esta lei dispõe sobre o quadro territorial, administrativo e judiciário do Estado. Da lei: “O município de Ribeirão Pires é criado com sede na vila de igual nome com terras desmembradas do respectivo distrito”.
- A mesma lei cria os distritos de Icatuaçu, com sede no povoado de Rio Grande, e Iupeba, com sede em Ouro Fino.
- Ribeirão Pires passa a comemorar a data do seu aniversário em 19 de março, feriado municipal dedicado ao padroeiro da cidade, São José.
277 – Na eleição de 3 de outubro de 1954, Arthur Gonçalves de Souza Junior, com 1.152 votos, torna-se o primeiro prefeito de Ribeirão Pires; seu adversário foi Euclides Menato, que conseguiu 835 votos – percentualmente, uma vitória de 57,97% contra 42,02%.
278 – Lucas Angelo Arnoni ganhava como vice-prefeito, com 759 votos; Walter Cortucci fica em segundo, com 696 votos; e Luiz Bettega em terceiro, com 495. Mario Zampol foi o vereador mais votado, com 145 votos.
279 – Entrevistado pela Folha do Povo, o prefeito eleito Arthurzinho declara ao repórter Álvaro Federige: “Ribeirão Pires é grande, mas pode e deve crescer, e isso só será possível com a colaboração de todos”. A posse do prefeito, vice e vereadores realizou-se em 1º de janeiro de 1955 no Cine-Teatro Brasil.
280 – Depoimento do pesquisador Octavio David Filho, da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires, feito especialmente para esta série sobre as eleições municipais:
- Não obstante já consolidada a marcação topográfica do núcleo colonial, Ribeirão Pires não tinha nenhuma melhoria urbana. As ruas eram todas sem pavimentação em 1934.
- Foi nos anos de 1934 e 1935, na gestão do prefeito Dr. Felicio Laurito, que foram realizadas muitas benfeitorias na nossa cidade. Embora executadas no entorno da estação ferroviária e a igreja matriz, a urbe ganhou novas configurações.
- Com habilidade política e contando com a ajuda do Sr. Fioravante Zampol, que era administrador do distrito, conseguiram fazer uma parceria com os proprietários para implantar esses melhoramentos, na qual meu avô, José Maria de Figueiredo, participou ativamente.
- Além da pavimentação com paralelepípedos, delineou a Praça Matriz com muro de arrimo e algumas lâmpadas de iluminação pública.
- O nosso primeiro prefeito, após a emancipação, Sr. Arthur Gonçalves, reformou toda praça, mas fez questão de recolocar a placa da inauguração de 1935.

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